Polícia apreende dezenas de galões com combustível e motosserras usadas em desmatamentos no Xingu
Apreensão foi em área de proteção ambiental onde fazendeiro contratou mais de 50 homens para queimar 200 mil hectares de mata
Ainda nas ações intensivas para combater crimes ambientais como queimadas na Amazônia, a Polícia Civil do Pará apreendeu, na noite desta quinta-feira (29) em uma fazenda de São Félix do Xingu, sudeste paraense, dezenas de galões com gasolina que eram usados para atear fogo e eliminar a mata existente na Área de Proteção Ambiental Trunfo do Xingu, conhecida como fazenda Ouro Verde.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também esteve presente na área da fazenda, e apreendeu materiais como motosserras, espingardas, motocicletas, tratores e demais utensílios usados nos desmatamentos ilegais.
A apreensão ocorreu durante operação policial para cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão no interior da área. O delegado da Polícia Civil, Alberone Lobato, que coordena a ação policial, informou que já foram ouvidos funcionários da fazenda, os quais confirmaram que o objetivo do uso do combustível era provocar o incêndio criminoso na floresta.
O cumprimento do mandado de busca e apreensão ocorreu por volta das 19h, após sete horas de viagem por 190 quilômetros de estrada de terra, desde a sede do município, até chegar à área onde está a fazenda. As investigações apontam que Geraldo Daniel de Oliveira é o suspeito de ter contratado mais de 50 homens para derrubar 20 mil hectares na área de Proteção Ambiental Trunfo do Xingu. Ele está com mandado de prisão decretado pela Justiça e permanece foragido. Ao todo, o grupo já derrubou e tocou fogo em mais de 5 mil hectares de área desmatada na fazenda.
José Brasil de Oliveira foi preso no começo da tarde desta quinta-feira em Goiânia, capital de Goiás, acusado de estar envolvido nas queimadas na área de proteção ambiental.
No local, foram encontrados galões de tamanhos diversos, a maioria, com capacidade para armazenar até 200 litros de combustível. Além dos galões, foram encontrados gêneros alimentícios fornecidos por Geraldo aos trabalhadores da fazenda encarregados em fazer as queimadas. Segundo o delegado, os trabalhadores relataram ainda que os galões, aos poucos, eram levados para o interior da mata para provocar a queimada.
Durante o cumprimento da busca e apreensão, no retiro da fazenda, a equipe de policiais civis encontrou dois funcionários de posse de um tambor com gasolina e galões de óleo diesel. O material também foi apreendido. "Vamos permanecer na fazenda para ouvir todos os funcionários", ressaltou o delegado. Um engenheiro ambiental de Belém ficou de ser acionado para realizar a perícia ambiental, como forma de materializar as provas do crime para encaminhar ao Ministério Público de São Félix do Xingu.
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