Pesquisadores paraenses descobrem fóssil de "preguiça gigante" em Aveiro
Esses fósseis são de invertebrados marinhos, como corais, moluscos e lírios-do-mar, e datam do período carbonífero, situado entre aproximadamente 350 e 300 milhões de anos atrás
Pesquisadores do Pará identificaram vestígios de uma “preguiça gigante” no município de Aveiro. A caverna Paraíso é a maior cavidade natural conhecida na Amazônia até o momento.Por meio dos trabalhos de Leda Zogbi, exploradora e a documentadora de cavernas, o biólogo Elver e os estudantes paraenses do Grupo de Estudos em Paleontologia (Gepaleo) do Instituto de Estudos do Xingu da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) descobriram que a própria rocha da caverna continha fósseis, um tipo de ocorrência incomum no Brasil.
Esses fósseis são de invertebrados marinhos, como corais, moluscos e lírios-do-mar, e datam do período carbonífero, situado entre aproximadamente 350 e 300 milhões de anos atrás.
O projeto intitulado “Métodos arqueológicos de escavação aplicados a depósitos paleontológicos em cavernas do Pará”, que segue em andamento, colocou os pesquisadores em trabalho exploratório na caverna Paraíso, situada em Aveiro, e imediações, na busca de depósitos fossilíferos.
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Para saber mais sobre essa preguiça e entender sobre suas relações de parentesco com outras espécies de preguiças gigantes, o projeto realiza um processo de análise do seu DNA no laboratório gerido pelo coordenador do LAAAE-USP, o doutor André Strauss, que é parceiro do Gepaleo nos projetos financiados pela Fapespa.
“Apesar de todos os esforços e resultados obtidos, ainda não encontramos um sítio adequado para uma escavação detalhada no Pará. Afinal, os fósseis só se formam em condições excepcionais e estão sujeitos à destruição pela erosão durante milhares de anos, de forma que encontrá-los em grande quantidade é o equivalente a ganhar na loteria. E para ganhar temos que apostar! Felizmente, um dos projetos financiados pela Fapespa está em andamento e nele, a nossa aposta de realizar o achado de um sítio paleontológico ainda mais impactante. Assim, poderemos fazer novas descobertas e revelar para a população em geral um tanto mais sobre o que o patrimônio paleontológico do Pará preservou da história evolutiva da Amazônia”, disse Elver Mayer.
Apoio à pesquisa
A estruturação do laboratório do Gepaleo-Unifesspa, com o investimento da Fapespa, trouxe condições básicas para Elver e outros pesquisadores continuarem os estudos paleontológicos e gerarem produtos científicos de excelência. Como exemplo, foi realizado um trabalho com fósseis de um dinossauro do período cretáceo inferior (entre 145 e 100 milhões de anos), que foi escavado em 2021 pelo Gepaleo no Maranhão. A descoberta teve repercussão internacional, mais um exemplo de como o Pará tem proporcionado a geração de conhecimento em seu território e para além dele.
De acordo com o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, o Governo do Pará, por meio da Fundação, tem investido cada vez mais em ciência nas mais diferentes áreas, que tragam um conhecimento cada vez maior sobre o desenvolvimento da Amazônia no presente, passado e futuro.
“A Amazônia é uma região rica e cheia de muitos detalhes. A pesquisa traz informação não só sobre o futuro da região, mas também a compreensão do passado, dos habitantes, da fauna e flora, o que nos ajuda a entender o presente e quais os caminhos para o futuro. A Fapespa se torna extremamente importante ao fomentar projetos como este de paleontologia, de uma universidade nova, no interior da Amazônia, mas com pesquisadores brilhantes. São estudantes de curso de graduação, iniciando a carreira científica, mas que trarão grandes contribuições em um futuro bem próximo”, afirma Marcel Botelho.
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