Pesquisa da Ufopa disponibiliza tradução de instrumento diagnóstico de autismo infantil (TASI)
Iniciativa visa disponibilizar gratuitamente ferramenta TASI a todos os profissionais da saúde que atuam no diagnóstico do TEA
Uma pesquisa de mestrado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou a tradução do inglês para o português do instrumento diagnóstico Toddler Autism Symptom Inventory (TASI), ferramenta desenvolvida por um grupo de pesquisadores norte-americanos que auxilia no diagnóstico de crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA).
O projeto de pesquisa “Adaptação do instrumento TASI para avaliação diagnóstica do espectro autista no Brasil” tem por objetivo facilitar o acesso dos profissionais de saúde a esse instrumento, por meio de sua tradução para a língua portuguesa e validação para o Brasil. Outro objetivo da pesquisa é comparar o TASI com outras ferramentas utilizadas no país para diagnóstico de autismo.
O estudo é realizado pela fonoaudióloga Daniely Martins sob orientação do professor doutor Maxwell Santana, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), e coorientação do neurologista Marcos Honorato, da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Segundo a fonoaudióloga por ser um instrumento considerado “mais fácil”, ele facilita a compreensão dos cuidadores das pessoas com espectro autista. “O TASI é mais simples e tem exemplos bem práticos, para que o cuidador consiga responder com mais certeza às perguntas”, afirma Martins. “Os profissionais que estão na ponta poderão aplicar o instrumento TASI gratuitamente, qualquer profissional da saúde, desde que tenha formação e experiência (expertise) em autismo”.
Uma das vantagens apontadas para o uso da ferramenta é que ela pode ser aplicada em crianças na faixa etária de 1 a 3 anos de idade. No Brasil, a maioria dos instrumentos é para crianças mais velhas, o que acaba adiando o diagnóstico e início do tratamento. “Esse é um dos objetivos específicos da pesquisa, porque faltam instrumentos no Brasil para crianças mais jovens. E quanto antes o diagnóstico, melhor. Quando a criança é diagnosticada com 1 ano e meio, é excelente para o tratamento dela”.
Necessidade de instrumentos para diagnóstico
Trabalhando com a questão desde 2008, a fonoaudióloga explica que sentia a necessidade de ter mais instrumentos de diagnóstico do TEA que fossem de fácil acesso e com baixo custo. “A maioria das ferramentas é de alto custo e exige treinamento. Poucas são traduzidas e validadas para o Brasil com acesso gratuito”, explica. “E, com essa iniciativa, os profissionais da saúde terão acesso facilitado a um instrumento validado para o Brasil, sem custos, para que eles possam dar esse diagnóstico cada vez mais cedo e fazer com que essas crianças acessem o tratamento precocemente e tenham melhores resultados”.
“Quando entrei em contato com o grupo de pesquisadores do TASI americano, a única exigência que fizeram é que o acesso ao instrumento traduzido fosse gratuito”, lembra.
Acesso
Com acesso livre, a tradução já está disponível no site do grupo responsável pela criação do TASI, a M-CHAT™, que é detentora dos direitos do instrumento: https://mchatscreen.com/tasi-translations/ .
“Nesse sentido, esta pesquisa contribui com a sociedade, pois fornece subsídios para inovação no processo de atenção à saúde, favorecendo a inovação terapêutica e diagnóstica do TEA”, afirma o professor Maxwell Barbosa de Santana, orientador da pesquisa.
Voluntários
Após a tradução do instrumento, a pesquisa entra na fase seguinte, a de testes do protocolo, com a aplicação do formulário para avaliação de crianças de 12 meses a 3 anos de idade. O protocolo será aplicado em dois grupos: um com crianças que apresentam sintomas do espectro autista; e outro com crianças sem nenhum problema aparente de desenvolvimento. Os pais que quiserem participar da pesquisa de forma voluntária podem entrar em contato pelo e-mail: daniely.martins@ufopa.edu.br.
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