Perícia de Informática é cada vez mais demandada para esclarecer crimes

Em 2014, a Polícia Civil do Estado demandou 96 laudos periciais de crimes tecnológicos; em 2019, esse número saltou para 610

Redação Integrada com informações da Agência Pará
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De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), o Brasil figura entre os 10 países que mais sofrem com ataques cibernéticos. No Pará, a demanda só cresce na Gerência de Informática Forense, do Instituto de Criminalística do Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves". Em 2014, a Polícia Civil do Estado demandou 96 laudos periciais de crimes tecnológicos; em 2019, esse número saltou para 610 solicitações que resultaram em 158 laudos a partir de 512 equipamentos periciados.

O crime cibernético cada vez mais atravessa a rotina das pessoas. Segundo o titular da Gerência de Informática, Mayken Oliveira, as demandas mais requisitadas pela Polícia Civil do Pará dizem respeito às perícias em máquinas "caça níqueis", fraudes bancárias, crimes de pedofilia e também de improbidade administrativa.

Nos crimes de pedofilia, em geral, o gerente destacou que o criminoso tende a baixar o conteúdo infantojuvenil pornográfico no próprio computador e ao fazer esse procedimento, ou seja, baixar tal conteúdo, também compartilha o material na ambiência da internet, e ainda produz conteúdo de forma caseira e o armazena.

Mayken Oliveira frisou que o perito tem que extrair informações que comprovem materialmente o conteúdo é pornográfico, o envolvimento de menor de idade, o armazenamento, o compartilhamento,e a produção a fim de que esses atos deem materialidade ao crime de pedofilia no âmbito virtual.

Na Gerência de Informática Forense, do "Renato Chaves", atuam cientistas da computação e técnicos em processamento de dados que seguem metodologia específica. "O equipamento apreendido é trazido para cá, nós clonamos o HD ou dispositivo de armazenamento de dados byte a byte (para manter a integridade do original) para extrairmos os dados através de softwares, depois os peritos analisam a partir de seus conhecimentos e por fim, elaboram o laudo pericial", informou Mayken.

Mestre em Rede de Computadores, a perita criminal, Verônica Leal, recordou um caso recente esclarecido pela Polícia Civil com a ajuda da informática forense. A vítima teve a conta bancária invadida.

"O criminoso ligava para vítima, dizendo ser do banco, e relatava que havia um problema na conta dela. Ele dava o endereço de uma página falsa do banco para ela acessar. A orientava como proceder na página, instalando, sem ela saber, um aplicativo no computador da vítima, que repassava todo os dados pessoais. Dessa forma ele fez dois TEDs [Transferência Eletrônica Disponível] da conta dela para ele, no valor de 30 mil reais cada", disse Verônica Leal.

Os exames periciais seguem o Protocolo Operacional Padrão (POP) elaborado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), é em razão disso que a equipe de peritos do Estado também trabalha em operações nacionais.

Titular da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos da Polícia Civil do Pará, a delegada Vanessa Lee, ressaltou que, hoje em dia, vítima e bandidos utilizam dispositivos móveis, ou seja, aparelhos de telefone celulares, entre outros objetivos informatizados. Dessa forma, é possível elucidar casos e ajudar no trabalho da justiça.

"A perícia é extremamente necessária para a investigação policial, porque através do conhecimento de informática dos, serão extraídos dados e indícios que mostrarão a gravidade da conduta do criminoso e darão maior robustez ao processo enviado ao juiz", reiterou Lee.

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