Paraenses relatam cenário chinês diante de alerta global do novo Coronavírus
Medidas de segurança contra a doença apertam, ao passo que o Governo da China tenta tranquilizar a população e fazer de tudo para conter o novo Coronavírus. Mesmo assim, elas não querem deixar o país.

Duas paraenses estão na China. São estudantes de intercâmbio lá, na Universidade de Shandong, a mais de 940 km de distância de Wuhan — cidade onde as contaminações pelo novo Coronavírus começaram. Assim que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global e o número de casos e mortes aumentou, inclusive fora da China, as medidas de segurança foram reforçadas. Mesmo assim, as duas jovens não pretendem retornar ao Brasil.
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As estudantes são Paloma Carvalho (designer, 26 anos, de Altamira) e Lilia Melo (secretária executiva trilíngue, 25 anos, de Belém). Ambas afirmam que o Governo da China tenta passar o máximo de segurança possível à população. Só que isso não deixa de fazer parecer um cenário de medo. Neste momento, há uma série de restrições de circulação de pessoas. As paraenses ficam quase o tempo todo dentro da universidade. A ideia é reduzir as saídas ao mínimo possível. Melhor nem mesmo sair. O poder público é que fornece tudo, como água, alimentação, itens de proteção e outros suprimentos.
Para sair, relatam as estudantes, é preciso seguir muitas regras. Não se pode demorar muito e evitar locais com aglomerações de pessoas. Para entrar em determinados locais, há medidas que incluem até verificação da temperatura corporal. Nas ruas, é preciso sair de máscara e usar outros acessórios de proteção. Lavar as mãos antes de sair e voltar, antes de comer e só comer comida muito cozida.
Quando os estudantes precisam sair, contam Paloma e Lilia, se revezam. Não dá para sair em grupos grandes de uma só vez. As limitações existem, mas não restringem a liberdade das pessoas. Para elas, as condições de vida na China são mais interessantes do que no Brasil. E por isso, apesar da crise de saúde global que eclodiu no país onde elas estão, preferem permanecer lá. No entanto, a região onde estão não está no mapa das áreas mais críticas.
Paloma e Lilia sabem que as famílias, no Brasil, estão preocupadas. Mas mantêm contanto constante e tentam tranquilizá-los, deixando claro que não há muito o que se fazer agora, a não ser se precaver, seguir as orientações de segurança e esperar a contenção do novo Coronavírus. Por outro lado, há outros paraenses tentando retornar.
Entre os paraenses que estão tentando voltar ao Brasil está Reisi Liao. Ela é de Novo Progresso, no sudoeste do Pará. Se mudou para Wuhan, no dia 8 de novembro de 2019, com o marido. Para ela, a instabilidade política, econômica e social do Brasil foram motivo para se mudar definitivamente. Em contato com Paloma, Reisi disse que já conseguiu a repatriação para o Brasil. Algo sobre o qual o Governo Federal havia se mantido reticente até agora.
No mapa de monitoramento em tempo real do novo Coronavírus, da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, até o início da tarde desta segunda-feira havia 17.489 casos confirmados no mundo, ainda sendo a maioria da China. O número de mortes chegou a 362 e 530 pacientes foram recuperados.
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