Paraense coloca fim em suposta briga com o Amapá: 'Para de comer o caroço da pupunha'
Humorista publica 'direito de resposta' à amapaense que acusou o Pará de 'apropriação sobre a cultura nortista'; assista
O humorista paraense Igor Bacelar, conhecido nas redes sociais como Tuppiniqueen, publicou um “direito de resposta” sobre a suposta briga entre estados da Região Norte. A discussão foi acalorada depois que a macapaense Juliana Campos apontou, em um vídeo divulgado na semana passada, uma “apropriação” do Pará sobre toda a cultura nortista.
“Essa briga, que está rolando na tua cabeça, de que o Pará e Amapá são inimigos, não existe, mana. Para de ser doida, para de comer o caroço da pupunha. E, antes de tu querer meter briga entre os estados do Norte, tu deverias valorizar o que é daqui (sic)”, disparou, lembrando a solidariedade do Pará no envio de suprimentos ao AP, que foi vítima de um apagão no ano passado, após um incêndio em uma subestação de energia elétrica.
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Sobre as alegações da amapaense de que não existe culinária, música ou cultura paraense, mas sim nortista, já que “a gente tem a mesma cultura”, Tuppiniqueen responde:
“Não existe isso. Não existe uma cultura unificada nortista, ela mesmo se negligencia falando isso. Não existe uma cultura nortista, existem semelhanças, mas o Norte não é único, não somos um grande estado. 'Ah, antigamente éramos todos um'. Sim, antigamente o mundo todo era um, já ouviu falar da pangeia? Existe uma cultura mundial agora?”.
O humorista, que destaca que as respostas aos comentários da jovem não devem ocorrer de forma machista ou xenofóbica, ainda aponta o que, para ele, são as verdadeiras semelhanças entre os estados da região:
“Nós somos a região mais esquecida do Brasil. Nós somos a região que mais produz energia elétrica e a que mais paga caro por isso. (...) Se existe algo que nós temos em comum é a cultura do esquecimento, a cultura do negligenciamento, que o Norte todo sofre do resto do Brasil”.
“Não é porque o Pará ganhou uma novela, minha filha, que ele ganhou alguma coisa de reconhecimento nacional, porque a gente é esquecido diariamente, assim como todo o Norte. Existe, sim, a cultura, culinária e a música paraense, isso faz parte de quem somos. Não dizer que essa cultura é nossa, é negligenciar toda uma história e uma ancestralidade. O Pará existe, o Pará resiste e só quem é do Pará pode falar do Pará”, concluiu.
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