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Pará teve mais de 21 mil casos de malária em 2022

Foram 829 casos a mais que o ano anterior, o que corresponde a um aumento de mais de 4%

Camila Guimarães
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O número de casos de malária cresceu no Pará nos últimos meses. O ano passado fechou com 21.124 casos da doença registrados, o que corresponde a 829 diagnósticos a mais que em 2021 – um aumento de 4,08%, totalizando 21.953. Só em janeiro deste ano, segundo a última contagem da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), feita até quarta (25), o Pará já contava com 429 pacientes com malária.

Na avaliação do infectologista Lourival Marsola, do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), o aumento de casos da doença pode ser um reflexo do desmatamento, invasão de áreas onde há ocorrência da doença e circulação de pessoas sem o diagnóstico e/ou o tratamento adequado, sobretudo nas cidades.

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“Essa doença acontece em áreas onde você tem o protozoário - o Plasmodium - e o vetor, que é o mosquito. Na região norte do Brasil a malária sempre foi um problema, mas, nos últimos anos, ela vinha reduzindo. Provavelmente esse aumento de casos que temos visto é resultado do desmatamento, do desequilíbrio nas florestas, em áreas nas quais existe o mosquito e existe a doença”, pondera o especialista.

Lourival explica que, nos centros urbanos, a circulação de pessoas sem o diagnóstico e/ou o tratamento adequado estão entre as causas dos surtos, uma vez que o mosquito vetor pode espalhar a doença de uma pessoa infectada para uma pessoa saudável por meio da picada.

“A malária vai ocorrer quando uma pessoa infectada é sugada por um mosquito e esse mosquito pica outra pessoa que não tinha a doença. Se alguém não tem o diagnóstico ou não iniciou o tratamento com antimaláricos, essa pessoa vai viabilizar o surto na localidade”, diz o infectologista.

O médico comenta que o surto de malária registrado em Belém,em abril do ano passado, por exemplo, provavelmente teria começado com alguém que viajou para um local de ocorrência da doença, ficou infectado e voltou para a cidade. “Seja por falta de diagnóstico ou por falta de tratamento, essa pessoa cria um ambiente adequado para que a malária se espalhe, se o mosquito estiver presente. Como a malária não tem vacina, todos nós estamos suscetíveis”, afirma.

Além disso, o médico comenta que a demora no diagnóstico nos centros urbanos – sobretudo os não endêmicos – costuma ser um problema, uma vez que os sintomas iniciais da malária também são comuns em outras doenças: “A malária começa com um quadro febril agudo. É difícil, em uma área urbana onde não tem malária, o paciente procurar uma unidade de saúde e, de cara, a hipótese de malária ser levantada. Aí você instala um foco de transmissão e acaba acontecendo mais casos”.

 

Entenda mais sobre a doença

O que é a malária?

Malária – É uma doença infecciosa, febril aguda que pode evoluir para formas mais graves quando não diagnosticada e tratada de forma adequada. A malária tem cura e o tratamento é gratuito, sendo inicialmente feito pela Unidade Básica de Saúde.

Como é transmitida?

Os protozoários causadores da doença são transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles.

Quais os sintomas?

 Entre os sintomas mais comuns da doença estão: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Mas também existem casos em que o paciente pode manifestar náuseas, vômitos, cansaço e até falta de apetite.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.

Como é o tratamento?

O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por P.vivax, P falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance totalmente a cura.

Como prevenir?

Com relação à prevenção, em áreas onde os riscos são maiores, a população pode adotar cuidados básicos como usar mosquiteiros, repelentes, roupas que protejam braços e pernas,  e também colocar telas em portas e janelas.

Qual risco em potencial?

A pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.

Fonte: Sespa

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