Pará tem mais de um milhão de idosos, aponta IBGE
E um dos principais desafios é envelhecer com qualidade de vida, afirma geriatra
O Pará tem pouco mais de um milhão de idosos (60 anos ou mais), segundo o IBGE. Desse total, 349 mil idosos estão na região metropolitana de Belém. Nesta sexta-feira (1º) é comemorado o Dia Internacional do Idoso. O geriatra Karlo Edson, da Associação Brasileira de Alzheimer - Regional Pará (ABRAz-PA), disse que o principal desafio hoje, para o idoso, é buscar qualidade de vida. “Os idosos não têm medo de morrer e envelhecer, mas de dar trabalho, de ficar doentes e ser dependentes de outras pessoas. Essa dependência tem a ver com qualidade de vida. As pessoas idosas quando envelhecem de forma independente envelhecem com maior qualidade de vida”, afirmou.
O geriatra disse que, para ter qualidade de vida, as pessoas devem buscar um envelhecimento com uma boa saúde emocional. Isso significa também que elas precisam se sentir bem consigo mesmo e com outras pessoas. Só que a pandemia também promoveu o isolamento e o afastamento entre familiares. Filhos deixaram de visitar os pais, por estes serem do grupo risco. Além da perda de entes queridos, o que gerou sentimento de luto prolongado. “Isso terminou adoecendo as famílias do ponto vista mental, e particularmente os idosos”, acrescentou.
O geriatra Karlo Edson destacou que é importante continuar adotando as medidas sanitárias e tomar as vacinas contra a covid-19. Ele disse que uma simples caminhada, por exemplo, pode ser o passo inicial para entrar em uma academia. E que também é importante consumir alimentos mais integrais, legumes e frutas. O geriatra disse que a qualidade de vida precisa ser ajustada aos anos de vida de cada pessoa. “Aos 50 anos, o que a pessoa deseja fazer para ter qualidade de vida é diferente do que alguém deseja fazer aos 80 anos. Às vezes, a qualidade de vida para uma pessoa de 80 anos é estar participando do almoço e do jantar com a família e ter pessoas que a visitem para conversarem. E ter um bom médico para poder aliviar suas dores”, afirmou.
“É a qualidade de vida ajustada aos anos de vida e aos desejos e experiências de cada um. A pessoa precisa encontrar aquilo que desperta desejo e prazer na vida dela para que ela possa dar continuidade. A pessoa também precisa entender o seu processo de adoecimento e buscar ajuda, seja médica, familiar ou espiritual”, afirmou.
Imigrante japonesa completou 107 anos com lucidez e sem problemas de saúde
E, nesse cenário, ter uma vida longa é um desafio ainda maior. A imigrante japonesa Cho Shikama completou, no último dia 24 de setembro, 107 anos de idade. Segundo sua família, ela é lúcida e não tem problemas de saúde. Mas, devido à idade, já não ouve muito bem. Atualmente mora em Castanhal com uma das netas.
Ainda criança, começou a frequentar a Igreja em sua terra natal, Yamagata-Ken. Mais tarde, em março de 1933, e na Igreja, foi apresentada ao jovem estudante de línguas estrangeiras Shinzo Shikama. E, após se casarem, se prepararam como imigrantes em uma escola, em um bairro de Tóquio. Um mês depois, em abril, embarcaram em um navio. E fizeram uma viagem de mais de dois meses para Maués, no Amazonas, junto com um grupo de imigrantes que iam para Tomé-Açu, no Pará. Cho e Shinzo foram para Maués.
Lá, compraram seu próprio terreno e se tornaram independentes. Em 1934, houve um surto violento de malária, que fez muitas vítimas e tornou-se quase uma calamidade. Em 1954, e para que os filhos pudessem continuar os estudos, mudaram para Ananindeua, perto de Belém. E iniciaram a plantação de pimenta-do-reino. Em 2005, Cho começou a sentir dores no corpo. Ela não conseguia ler a Bíblia e nem orar. “Pressentindo que o dia que Deus tava me chamando estava perto, desejei partir deste mundo com alegria no coração. Desde então, as dores sumiram. Tenho uma vida em que posso ler a Bíblia, fazer minhas anotações e tranquilamente manter intimidade com Deus. Que vida mais feliz esperar ser chamada pelo Senhor depois de ter recebido incontáveis bênçãos dele aqui na terra”, afirmou. Ela tem quatro filhos e três filhas, 15 netos, 19 bisnetos e 6 tataranetos. “Todos os dias leio a Bíblia e tenho a graça de poder orar. Levo uma vida feliz e tudo isto agradeço a Deus”, afirmou.
A Casa do Idoso, da Prefeitura de Belém, possui cerca de 16 mil idosos cadastrados
A Prefeitura de Belém iniciou, na segunda-feira (27), a Semana do Idoso, que será encerrada nesta sexta-feira (1º), com uma programação promovida pela Casa do Idoso, no Memorial dos Povos. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que, após as medidas restritivas de lockdown e a vacinação da população acima de 60 anos, com ambas as doses recomendadas e com mais de 15 dias da 2ª dose, foi incentivado o retorno dos grupos de idosos aos programas das Unidades Básica de Saúde (UBS).
A Sesma oferece, ainda, um serviço específico voltado à saúde na terceira idade promovido por meio do Centro de Atenção à Saúde do Idoso (Casa do Idoso). O atendimento é garantido a pessoas que possuem 60 anos ou mais, e ocorre quando o médico clínico geral das unidades municipais de Saúde ou através da Estratégia Saúde da Família esgotam suas possibilidades de resolutividade. A Casa possui cerca de 16 mil idosos cadastrados, com média diária de aproximadamente 250 idosos atendidos nas diversas especialidades que possui, além de realizar cerca de 400 procedimentos.
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