CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Pará tem mais de 100 casos de febre Oropouche; veja as medidas de prevenção

Estudos apontam que o estado o concentra as maiores evidências do vírus causador da doença, identificado em 52 dos 144 municípios

Camila Guimarães

Em 2024, o Pará já registrou 108 casos confirmados de febre Oropouche, também conhecida como febre do maruim, doença causada pelo vírus OROV. No Brasil, o estado é o que concentra as maiores evidências do vírus, identificado em 52 dos 144 municípios. Diante do cenário, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou medidas de prevenção à doença.

Segundo a coordenadora Estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, o principal vetor no ciclo urbano é o mosquito Culicoides paraensis (Ceratopogonidae), conhecido popularmente como maruim, mas também pode ser transmitido pelo mosquito Culex quinquefasciatus, o carapanã comum.

Já no ciclo silvestre, diversos mosquitos do gênero Culicoides, e das espécies Coquillettidia venezuelensis, Culex quinquefasciatus e Ae. Serratus, juntamente com seus hospedeiros vertebrados (humanos, aves, preguiças e macacos), garantem a manutenção do vírus na natureza.

Pelo fato de ser muito pequeno, medindo de 1 a 3 milímetros, o maruim dificulta sua identificação pelas pessoas, por isso é fundamental a adoção de medidas preventivas pela população, incluindo a limpeza de terrenos, quintais e outros ambientes que possam contribuir para a proliferação do vetor, e uso de roupas compridas e mosquiteiros em áreas rural e silvestre. Repelente e inseticida não afetam o maruim.

A vigilância de vetores para arbovírus é uma das medidas mais eficazes para identificar e evitar possíveis surtos de doenças transmitidas por insetos, sendo a vigilância entomológica uma ferramenta importante neste processo realizado por órgãos de saúde pública.

Sintomas da doença

  • Os principais sinais e sintomas da febre de Oropouche são:
  • Quadro febril agudo;
  • Dor de cabeça;
  • Dor nas articulações e músculos;
  • Fotofobia (sensibilidade à luz) e outras manifestações sistêmicas.

Alguns pacientes podem apresentar manifestações neurológicas, como meningite asséptica ou mesmo meningoencefalite, mas esse quadro é considerado raro.

Duração e diagnóstico

Conforme Aline Carneiro, a fase aguda da doença geralmente varia de dois a sete dias. “Em alguns casos, os sintomas costumam reaparecer entre dois e dez dias após o término do primeiro episódio febril. No entanto, os sintomas geralmente são menos graves e os pacientes se recuperam completamente sem sequelas, mesmo em casos graves”, ressaltou.

Para o diagnóstico laboratorial, a amostra de sangue para sorologia deve ser coletada pela Vigilância Municipal a partir do 7º dia do início dos sintomas, e encaminhada para análise ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), em Belém.

Recomendações aos municípios

A Sespa também fez uma série de recomendações às  Vigilâncias das Secretarias Municipais para manter o controle do Oropouche, como:

  • Alertar a rede de serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) para ampliar a vigilância de casos suspeitos, sobretudo nas regiões endêmicas e recentemente afetadas;
  • Notificar eventos suspeitos à Coordenação Estadual de Arboviroses;
  • Investigar a exposição (rural/silvestre ou urbana) e definir o Local de Possível Infecção (LPI);
  • Realizar busca ativa de indivíduos sintomáticos nos LPIs;
  • Realizar busca de evidências de populações de primatas não humanos e epizootias (doenças contagiosas em um grande número de animais ao mesmo tempo, na mesma região, disseminadas com rapidez) nos LPI;
  • Ampliar a informação, educação e comunicação sobre a doença, os sinais e sintomas clínicos, as áreas e situações de risco, e as unidades de saúde de referência para atendimento aos profissionais, aos moradores das áreas de foco, à população em geral dos municípios afetados e aos viajantes com destino às áreas endêmicas e afetadas;
  • Orientar a população sobre as medidas de prevenção, por meio de proteção individual e coletiva.

Sobre a febre Oropouche

O OROV é um arbovírus que circula na América Central (Panamá e Trinidad e Tobago) e América do Sul (Brasil e Peru), tendo causado mais de 30 epidemias e mais de meio milhão de casos clínicos da doença, a maioria no Brasil, desde sua descoberta nos anos 1960.

Mais informações históricas e científicas sobre o maruim e a febre do Oropouche estão disponíveis neste link do Instituto Oswaldo Cruz.
 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ