Pará é responsável por cerca de 80% dos casos de Chagas no Brasil, diz Sespa
O dia 14 de abril é marcado pelo Dia Mundial da Doença de Chagas

Atualmente, o Pará é responsável por cerca de 80% das ocorrências da doença de Chagas no Brasil. Em 2023, foram registrados 536 casos confirmados em todo o Estado. No ano seguinte, os casos diminuíram para 485. De janeiro a março de 2025, houve 72 casos registrados. Os municípios com mais casos registrados este ano são: Breves (14), Barcarena (13), Belém (9), Muaná (7), Ananindeua (7) e Abaetetuba (6).
O dia 14 de abril é marcado pelo Dia Mundial da Doença de Chagas. Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta a população sobre a importância de prevenir a doença, inclusive no pré-natal, a fim de evitar a transmissão vertical (de mãe para filho).
Transmissão da doença de Chagas
De acordo com a Sespa, 89% dos casos ocorrem por transmissão oral (alimentos contaminados); 53% dos afetados são do sexo feminino, e a distribuição por área é de 50% em áreas periurbanas, 24,3% na zona rural e 24,3% na zona urbana.
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Para controlar os casos da doença de Chagas em municípios prioritários, a Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Doença de Chagas e da Vigilância Sanitária Estadual, tem realizado ações específicas em parceria com as prefeituras municipais e com o apoio do Ministério Público do Estado.
“Devido às notificações estarem sendo feitas com mais tempo hábil, mais de 90% dos casos confirmados no Pará apresentam melhora, sem intercorrências”, enfatiza Eder Monteiro.
A doença é transmitida principalmente por meio do contato com as fezes de triatomíneos, insetos conhecidos como barbeiros. O barbeiro infectado, ao picar uma pessoa sadia, deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea (transmissão vetorial).
A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Trypanosoma cruzi, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no processamento.
Sintomas da doença de Chagas
Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e nos membros inferiores, taquicardia, palpitação, dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais são semelhantes aos de outras doenças, é importante procurar a unidade de saúde mais próxima para atendimento médico imediato e realização de exames.
O diagnóstico precoce é fundamental, pois, quanto mais se demora o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração e no sistema digestivo.
“Um paciente com suspeita da doença precisa comparecer à Unidade Básica de Saúde (UBS), ser notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento”, explica o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas da Sespa, Eder Monteiro.
Assim, o paciente recebe o medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento por cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, com especialistas como cardiologista, infectologista e gastroenterologista.
Em abril, técnicos da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas estiveram nos municípios de Muaná, Breves, São Sebastião da Boa Vista e Afuá, no Arquipélago do Marajó, para intensificar as principais medidas de prevenção e controle da doença de Chagas.
“Foram ações desenvolvidas pela Sespa, a título de monitoramento e supervisão de campo nos municípios mais vulneráveis, para avaliação dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”, destaca o coordenador.
Essas providências incluem ainda:
- Ajuste de fluxo para atendimento dos casos suspeitos e confirmados;
- Reuniões técnicas online para orientação e discussão dos surtos;
- Webconferências com os coordenadores dos Centros Regionais de Saúde e representantes da Vigilância Epidemiológica;
- Interpretação do diagnóstico laboratorial e fluxo de abastecimento da medicação para o tratamento específico;
- Reforço da importância da completitude das notificações na investigação dos casos.
A Sespa também colabora com uma série de iniciativas do governo do Estado, por meio da parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), com instituições como o Ministério Público e a Universidade Federal do Pará (UFPA), visando ao aperfeiçoamento de práticas e inovações que permitam garantir a qualidade do açaí vendido ao consumidor.
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