Pará deve ter 360 casos novos de leucemia em 2023, aponta Inca

A campanha Fevereiro Laranja chama atenção para os cuidados com esse tipo de câncer, que tem estimativa de mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 e 2025

Eduardo Rocha
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De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia será o quarto tipo mais incidente no Pará em 2023, com 200 casos em homens e 160 em mulheres; em Belém, será o sétimo tipo de maior incidência - com 50 casos masculinos e 50 femininos. Esses números abrangem as taxas brutas e ajustadas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos novos de câncer, segundo sexo e localização primária.

Por essa razão, a campanha Fevereiro Laranja chama atenção para o câncer mais frequente entre o público infanto-juvenil: a leucemia, doença com estimativa de mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 e 2025. Os dados são da Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo INCA.

No Brasil, de acordo com Inca, o número de casos novos da doença estimados para cada ano do triênio 2020-2022 foi de 5.920 casos em homens e de 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 para cada 100 mil mulheres. Ainda segundo o instituto, em 2019, ocorreram 7.370 óbitos por leucemia no Brasil.

Em tratamento

A cozinheira Sandra Manso, 49 anos, casada e mãe de 3 filhos, mora no Conjunto Cidade Nova 5, em Ananindeua, na Grande Belém, e em outubro de 2022 foi diagnosticada com leucemia. "Eu sentia uma dor de cabeça muito forte, notei uma mancha roxa na costela, tinha fraqueza e perda de peso; eu pensei que fosse uma enxaqueca, mas, depois do exame de medula óssea, foi descoberta a leucemia", relata Sandra.

Ela conta que recebeu a informação da médica que está curada e está em casa. Mas em dezembro, em janeiro e em fevereiro mantém a permanência por três dias em hospital, para receber medicação, como parte do tratamento contra a enfermidade. "Em março, serei examinada para ver como estou", conta. Sandra deixou o hospital em 24 de novembro de 2022, quando passou a ficar em casa, sempre se tratando da doença.

image Sandra deixou o hospital em 24 de novembro de 2022, quando passou a ficar em casa, sempre se tratando da doença (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

A senhora conta que leva a vida normalmente, e "a minha fé em Deus e o apoio da minha família têm sido decisivos na minha recuperação". Para quem foi diagnosticado com leucemia, ela manda um recado: "Não deixe de ir ao médico, de fazer o tratamento".

Atenção aos sinais

E Sandra tem razão. A médica oncologista Fernanda Cordeiro, com atuação no Hospital Ophir Loyola, em Belém, destaca que a leucemia é um câncer do sangue que pode (como sinais) levar à anemia (cansaço fácil, falta de ar, sonolência, fraqueza, palidez), diminuição dos leucócitos, ou seja, da imunidade (infecções de repetição, febre ou perda de peso inexplicada) e diminuição das plaquetas (sangramentos, manchas roxas na pele). Pode também apresentar o aparecimento das ínguas (nódulos ou linfonodos no pescoço, axilas e região inguinal).

Para checar se está com a doença, pelo SUS, a pessoa deve se dirigir a um posto de saúde; no caso particular ou plano de saúde, deve ir a um clínico de confiança ou procurar diretamente um hematologista. A leucemia pode acometer qualquer faixa etária; alguns tipos são mais comuns na infância (LLA) e outros na população mais velha. "Para se prevenir contra a doença, é preciso estar atento aos sinais descritos, procurar seu médico para investigar de forma precoce", observa a médica.

O tratamento é feito com quimioterapia, e alguns pacientes terão indicação de transplante de medula. A família é importantíssima nesse momento, com o apoio psicológico (o tratamento é difícil, longo e com muitos efeitos colaterais, com necessidade de internação hospitalar). "É fundamental prestar atenção a sintomas incomuns e procurar sempre o médico; na dúvida, é melhor investigar", reforça Fernanda Cordeiro.

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