O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê mais de 1,7 mil novos casos de câncer de pele neste ano, no Pará

Os casos da doença no Pará aumentaram em 50% este ano

O Liberal
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Este ano, em comparação com 2020, o número de pacientes em tratamento de câncer de pele no Hospital Ophir Loyola - Centro de Alta Complexidade em Oncologia - apresentou um aumento de 50% de casos. A alta se dá devido à redução no número de comparecimentos no ano passado, ocasionada pela pandemia de covid-19. O fluxo agora  já está normalizado.

Com a alta exposição aos raios solares neste mês de julho, o Estado prevê mais de 1,7 mil novos casos de câncer de pele em 2021. Desses, 920 em mulheres e 790 em homens, incluindo o melanoma, um tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O câncer de pele é o crescimento anormal e descontrolado de células que compõem a pele. Pode surgir em qualquer parte do corpo, principalmente nas que ficam mais expostas ao sol, como rosto, braços e orelhas.

“Todos os tipos de pele necessitam de cuidados diários, independente da estação do ano, mas devem ser redobrados no verão para evitar queimaduras dolorosas, vermelhidão e danos irreversíveis, como o fotoenvelhecimento e as sequelas de um câncer de pele”, informa a especialista em dermatologia do HOL, Simone Bentes.

A indicação é de que as pessoas evitem exposição solar entre 10h e 16h; façam uso do protetor solar com fator acima de 30 meio hora antes da exposição solar, principalmente no rosto, mãos, braços e pescoço e áreas com cicatrizes; reapliquem o produto a cada duas horas durante o lazer ou prática de exercícios ao ar livre; façam uso de acessórios, como camisas com proteção UV, óculos de sol e boné.

“Há 24 anos, fui submetida a uma cirurgia para retirar os danos nos lábios, causados pela exposição solar. Pegava sol de forma constante sem os cuidados necessários com a pele. Após um período, o câncer voltou e ocorreu a piora ocasionada pela perda de alguns membros da família por covid-19. O estresse emocional acentuou as lesões no meu rosto”, relata a aposentada Maria Valmira Monteiro, 73 anos. 

A aposentada faz tratamento em Belém, porém mora em Macapá (AP). A cidade é conhecida pelo clima quente e verão prolongado, com temperaturas máximas de 33ºC. “Minha pele está irritada, estou com uma sensação de queimação que incomoda muito. Trabalhei muitos anos no sol, sem qualquer proteção e hoje enfrento as consequências. Tem que ter cuidado com o sol, pois é um veneno para a pele. Quem puder se cuidar, procure evitar a exposição excessiva para não sofrer”, disse a idosa. 

A doença corresponde a 30% dos casos de tumores não-melanoma e é o tipo de tumor maligno mais incidente na população brasileira. Já o melanoma, representa apenas 3% das neoplasias malignas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.

O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais das lesões, além da dermatoscopia, exame que possibilita visualizar as estruturas da pele de forma ampliada e a biópsia, retirada de um fragmento para análise com o intuito de confirmar as características de malignidade. 

“O tratamento para o câncer de pele deve ser iniciado o mais breve possível, a fim de aumentar as chances de cura. O tratamento é decidido conforme o tipo, grau da doença e estado geral do paciente. A duração também varia do tipo histológico das áreas acometidas e quantidade das lesões. Geralmente, os pacientes são acompanhados por longos períodos” conclui Simone Bentes.

(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Victor Furtado - coordenador do núcleo Atualidades)

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