Novo santuário de árvores gigantes é revelado no Pará; veja onde
Pará lidera estudos para a criação da nova Unidade de Conservação (UC) que vai proteger ainda mais a maior árvore da América do Sul e a quarta maior do mundo
Um novo santuário de árvores gigantes foi revelado no município de Almeirim, na Floresta Estadual (Flota) do Paru, que compreende os municípios de Almeirim, Monte Alegre, Alenquer e Óbidos, oeste paraense. A novidade foi anunciada nesta sexta-feira (19), mas foi descoberta em 2022, com a identificação um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura e 3,15 metros de diâmetro, sendo então, a maior árvore da América do Sul e a quarta maior do mundo. A expedição científica foi organizada pelo Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com o Instituto Federal do Amapá (IFAP), a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e com financiamento do Andes Amazon Fund (AAF).
Em maio de 2024, uma nova expedição foi realizada para aprofundar análises físicas e biológicas na região, o que levou à descoberta de um novo santuário de árvores gigantes. Cercando o angelim-vermelho, cientistas descobriram pelo menos mais 38 outras árvores de grande porte, duas delas com mais de 80 metros de altura. Essa concentração de árvores gigantes aponta para a rica biodiversidade do território, reforçando a importância de sua proteção.
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, comenta que a descoberta do angelim-vermelho é um testemunho da grandiosidade e biodiversidade da Amazônia e simboliza a importância da preservação desse ecossistema único. “Essa árvore monumental não só é a maior da América do Sul, mas também simboliza a importância da preservação desse ecossistema único. A recente expedição de 2024 reforça nosso compromisso em proteger essas áreas prioritárias, e a criação de uma área protegida dedicada às árvores gigantes é um passo crucial”, enfatiza
Sobre a expedição
Entre os dias 16 e 30 de maio de 2024, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e técnicos do Ideflor-Bio, IFAP e FAS percorreu rios e trilhas da Flota do Paru. O processo foi para coletar dados para a caracterização de uma área florestal de 560 mil hectares, que abrange uma zona de concentração das árvores gigantes. Esse levantamento fornecerá subsídios para transformar parte da Flota do Paru em uma nova área de proteção integral.
A expedição revelou novos exemplares de árvores gigantes, incluindo angelins-vermelhos e outras espécies, com alturas superiores a 65 metros. O maior espécime registrado mede aproximadamente 73 metros de altura e 3 metros de diâmetro. Os achados indicam que a ocorrência de árvores gigantes é mais frequente e dispersa do que se esperava, aumentando a necessidade de proteger uma vasta extensão de floresta primária.
Importância para o equilíbrio da biodiversidade
As árvores gigantes da Amazônia desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio ecológico do bioma. Elas ajudam na regulação do clima, absorvendo grandes quantidades de carbono da atmosfera e mitigando os impactos da crise climática. Além disso, são habitat para uma vasta gama de espécies de fauna e flora, contribuindo para a proteção da diversidade biológica regional.
Unidade de Conservação das Árvores Gigantes
A próxima etapa no processo de criação da UC das Árvores Gigantes será a realização de consultas públicas com os moradores do Distrito de Monte Dourado, em Almeirim, na região do Baixo Amazonas, e que abrange essa porção da floresta. Essa ação busca assegurar que a comunidade local esteja envolvida e informada sobre os benefícios e objetivos da nova área protegida.
O Projeto “Árvores Gigantes Para Uma Nova Era - Áreas Protegidas no Estado do Pará” tem como objetivo apoiar ações, levando assistência técnica aos órgãos ambientais do estado e buscando fortalecer outras UCs no Pará.
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