No Pará, R$3,21 bilhões devem ser investidos para universalizar abastecimento de água até 2035

A estimativa é do "Atlas Águas – Segurança Hídrica do Abastecimento Urbano", divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

Ana Carolina Matos

Pelo menos R$3,2 bilhões devem ser investidos no Pará até 2035 para universalizar o abastecimento de água e atender de forma plena todas as sedes urbanas do estado. A estimativa foi levantada pelo "Atlas Águas – Segurança Hídrica do Abastecimento Urbano", divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na última segunda-feira (18). O valor representa quase metade de todo o investimento necessário para a Região Norte: 47,57%.

Do montante robusto de pouco mais de R$3 bilhões apenas para o Pará, R$ 1,1 bilhão devem ser direcionados aos sistemas de produção (35%). Deste valor, o documento aponta que 85% corresponde às infraestruturas recomendadas, destinadas a 21 sedes urbanas. Além das infraestruturas recomendadas, são estimados R$ 173 milhões (15% do total) para 47 sedes urbanas que têm vulnerabilidade nos mananciais ou nos sistemas produtores de água e são desprovidas de propostas de solução.

A maior parte do investimento bilionário será destinada aos sistemas de distribuição de água: R$ 2,1 bilhões, que equivalem a 65% do total para o pleno atendimento da população urbana. O valor corresponde à ampliação da reservação, instalação de 831.789 ligações e assentamento de 10.860 km de rede de distribuição, aponta ainda o Atlas. 

De forma complementar à implantação ou ampliação de sistemas, o levantamento estimou ainda os custos de reposição dos ativos de produção e de distribuição, com investimento de R$ 1,5 bilhão até 2035, considerando uma taxa de reposição da infraestrutura da ordem de 2% ao ano.

O levantamento traçou ainda um diagnóstico do abastecimento no Pará e registrou que dos 144 municípios do estado que soma 6,2 milhões de habitantes, 74% (106 deles) possuem sistemas de abastecimento de água com captações exclusivamente subterrâneas, correspondendo a 37% da população urbana do estado (2,3 milhões de habitantes). Há, ainda, 25 sedes que usam mananciais exclusivamente superficiais (1,2 milhão de habitantes), enquanto 13 sedes são abastecidas por mananciais mistos (2,7 milhões de habitantes).

No caso da gestão, um total de 53 sedes são de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), que atende 4,2 milhões de habitantes. Outras 77 cidades possuem operadores locais, constituídos de autarquias ou serviços municipais. Os demais 14 municípios são operados por concessionárias privadas.

O Pará também conta apenas com um sistema integrado, o Integrado Bolonha, com captação no Lago Bolonha, que atende os municípios de Marituba, Ananindeua e Belém, e abastece por volta de 2,2 milhões de habitantes (35% da população urbana total do estado). Já as demais sedes do estado são atendidas por sistemas isolados.

A Cosanpa foi acionada para comentar o estudo, mas não deu retorno até a publicação desta matéria.

Vulnerabilidade

A avaliação dos mananciais e sistemas produtores apontou vulnerabilidade em 28 sedes urbanas, das quais duas, Bannach e Canaã dos Carajás, apresentam Média Vulnerabilidade. Outras 26, registraram Baixa Vulnerabilidade. Em contrapartida, 116 sedes urbanas apresentam Manancial não Vulnerável, das quais 75% delas são abastecidas exclusivamente por manancial subterrâneo, onde está envolvida 32% da população urbana do estado. Do total de sedes com Manancial não Vulnerável, 103 demandam ampliações ou adequações nas unidades dos sistemas de produção de água.

O diagnóstico indicou ainda que, em média, 58% da população - 2.423.121 habitantes - não são atendidos pelos sistemas de distribuição, ou seja, 39% da população urbana do Pará, um dos piores resultados da região Norte.

Enquanto 34 sedes apresentam pleno atendimento da distribuição, há outras 102 (82% da população urbana), com índice de atendimento de água inferior a 90%. Foi registrado ainda que quase 40% da população urbana, cerca de 2,4 milhões de habitantes, está concentrada em sedes com atendimento inferior a 50%.

Dentre as soluções propostas, o destaque fica com a implantação de nova adutora no Sistema Adutor Complexo Bolonha e a ampliação do Sistema Produtor das cidades de Bragança, Marabá, Santarém, Castanhal, Alenquer, Breves, Paragominas, Itaituba e Oriximiná, além da Implantação do Sistema Produtor de Canaã Dos Carajás. 

Informações mais detalhadas podem ser consultados aqui.

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