No Pará, 135 mil 'gatos de energia' foram combatidos em 1 ano; veja os riscos dessa fraude

Um dos riscos é que o padrão de segurança que é adotado não é repetido pelo indivíduo que realiza o desvio de energia, diz especialista

Lucas Quirino
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As ligações clandestinas para furto de energia, popularmente conhecidas como "gato", representam um risco para acidentes e prejuízos na conta de luz. Apenas em 2023, foram combatidas 135 mil fraudes desse tipo no Pará, conforme balanço da concessionária de Energia Equatorial Pará. Em 2024, ainda não foi divulgado o balanço atualizado, mas um caso chamou atenção na última terça-feira (23). Um homem que não teve identidade revelada foi eletrocutado ao tentar fazer uma ligação clandestina na rede elétrica de sua residência, localizada em uma área de invasão conhecida como "Sabão", no bairro da Cabanagem, em Belém.

Elton Lucena, técnico da área de Segurança da Equatorial Pará, explica que o “gato”, ou desvio de energia elétrica, é qualquer instalação realizada à revelia na rede da concessionária de energia para que a energia passe a alimentar alguma carga, residência ou o que quer que seja, sem medição, fazendo com que a Equatorial não consiga medir e faturar essa energia que é desviada.

“Só quem tem autorização para realizar qualquer tipo de intervenção na rede elétrica, do ponto de entrega para o cliente para fora em todo sistema elétrico de potência, é a Equatorial Pará. Fora isso, por mais que tenha treinamento, capacitação, não é autorizado a realizar esse tipo de intervenção”, esclarece o técnico.

Elton Lucena destaca que qualquer intervenção feita na rede elétrica, seja de manutenção ou instalação, é feita de maneira uniforme para proteger o eletricista responsável e os consumidores de energia. “Eu preciso colocar ali um material que seja de boa qualidade, eu preciso colocar ali um condutor que seja compatível com a carga que vai ser utilizada por aquele cliente, por aquele consumidor”, frisa.

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Quais os riscos e prejuízos do “gato de energia”?

A instalação elétrica é projetada para atender a demanda de um determinado consumidor cadastrado no sistema. Com isso, conforme pondera o técnico, o padrão de segurança que é adotado não é repetido pelo indivíduo que faz esse tipo de furto de energia.

“Quando a rede é projetada, é para atender a demanda de consumidores que estão cadastrados no sistema. Se eu tenho uma determinada área, dez clientes cadastrados no sistema, eles têm uma carga a consumir, então eu projeto a minha rede para atender aqueles dez clientes. Quando existe a intervenção, a revelia, e aí um clandestino entra na rede, ao invés de ter dez, eu terei onze. Se entrar em outra, terei doze, quinze. E isso acaba comprometendo a qualidade dessa energia que é fornecida, porque dentro do meu cadastro existem apenas dez. Então a oscilação de energia, a queda de tensão, e isso acaba por gerar prejuízo à qualidade da energia que é fornecida”, afirma Elton Lucena

Como denunciar?

As denúncias referentes a “gato de energia” podem ser feitas por meio dos canais oficiais da concessionária de energia, no telefone 0800 091 0196, pelo site www.equatorialenergia.com.br ou presencialmente nas agências de atendimento.

“Nós direcionaremos uma equipe especializada para avaliar e tirar essa ligação clandestina da rede. Isso oferece segurança para a população, porque eu retiro uma instalação que não é padrão, que a gente não sabe como foi realizada e que pode oferecer risco de choque, de curto-circuito, garantindo a qualidade de fornecimento para aquelas pessoas que estão devidamente cadastradas em nosso sistema”, indica Elton

Furtar energia é crime (art. 155, §3° do Código Penal) passível de pena que pode chegar até 8 anos de prisão. A prática também coloca a vida da população em risco e prejudica o fornecimento de energia, podendo ocasionar interrupções.

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