Navio que causou tragédia ambiental em Barcarena em 2015 vai ser retirado do Rio Pará em 2021
Serviço de retirada da estrutura naufragada do navio Haidar deve levar cinco meses; embarcação naufragou quando carregava cinco mil bois vivos e 700 toneladas de óleo
O navio Haidar, que afundou no porto de Vila do Conde, Barcarena, em 2015 enquanto transportava mais de 5 mil bois vivos, será finalmente retirado do Rio Pará. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) autorizou a empresa Superpesa Transportes Especiais e Intermodais, contratada para ser responsável pelo serviço. O trabalho de retirada da estrutura do navio deve levar cerca de cinco meses, e está marcado para começar em janeiro de 2021.
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Mauro O’de Almeida, reconhece a demora na realização do serviço. “A retirada desse navio já deveria ter sido feita desde 2018, mas agora vamos olhar pra frente e trabalhar na solução, porque além de atrapalhar o fluxo do porto, representa um risco ambiental iminente. Para aprovarmos o plano de retirada da estrutura do navio, nossas equipes da Semas avaliaram os procedimentos que serão adotados pela empresa para evitar qualquer problema, como a movimentação de sedimentos ou um possível vazamento de restos de óleo, que possam ter ficado retidos no fundo do navio, para isso, exigimos o plano de ação emergencial”, explica ele.
O navio de bandeira libanesa Haidar afundou no dia 6 de outubro de 2015, no porto de Vila do Conde, em Barcarena. A embarcação transportava para a Venezuela 5 mil bois vivos, mais 700 toneladas de óleo.
O acidente causou uma série de impactos ambientais e sociais no município de Barcarena. Com o naufrágio, a maior parte dos bois morreu afogada, muitos deles presos na embarcação. Somente 200 animais foram resgatados.
A tragédia atingiu a vida de milhares de pessoas da região, e a população precisou receber alimentos e água de fora da cidade. Na época, o banho na praia de Barcarena foi proibido devido o comprometimento da qualidade da água, que após análises, foi comprovada a presença de resíduos. Praias de Abaetetuba e ilhas vizinhas também pararam de receber visitantes, prejudicando a economia local. Pescadores também tiveram sua atividade impactada pelo naufrágio
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