Naufrágio na ilha de Cotijuba: sobe para 18 o número de mortes, confirma Segup
Até o momento, 65 sobreviventes foram resgatados e conduzidos a Belém
Subiu para 18 o número de mortes confirmadas no naufrágio de uma embarcação que saiu da ilha do Marajó em direção a Belém, na manhã de quinta-feira (08). Destes, 10 mulheres, 5 homens e 3 crianças. Sete corpos foram deslocados para sepultamento no Marajó e outros quatro para a capital; os demais estão no IML para realização de exames necroscópicos. Até o momento, 65 sobreviventes foram resgatados e conduzidos a Belém.
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“Nós seguimos com as buscas aos desaparecidos e estamos focados na estratégia de movimentar a embarcação, até porque ela não se encontra encostada no fundo do rio. Isso coloca em risco a operação de mergulho porque é uma questão muito técnica que depende de algumas características do local. Nessa movimentação provavelmente outros corpos poderão ser encontrados, portanto as buscas continuam até as 18h, podendo ser retomadas pela manhã. Só iremos parar realmente quando todas as pessoas que estão desaparecidas forem encontradas e entregues a seus familiares", explicou o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar, Cel. BM Hayman Souza.
A corporação está atuando com 12 mergulhadores no local , 6 embarcações, além do apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. As ações integradas e emergenciais para garantir apoio aos sobreviventes e familiares das vítimas do naufrágio seguem em andamento nas proximidades da Ilha de Cotijuba.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, reforça que todas as medidas adotadas a partir do gabinete de crise seguem sendo intensificadas para que as vítimas sejam localizadas e as famílias recebam a assistência necessária. “Ainda nas primeiras horas da manhã de hoje retomamos as buscas no local do acidente e em áreas próximas, conseguindo localizar outros corpos, totalizando 18 pessoas até o momento, infelizmente. Mas ainda durante a manhã, também confirmamos mais duas pessoas resgatadas com vida no município de Ponta de Pedras, que foram encontradas por ribeirinhos que passaram por ali no momento do acidente", esclarece.
Ainda segundo o titular da Segup, o Governo do Estado não medirá esforços para manter as buscas pelos desaparecidos e encontrar os responsáveis por essa tragédia. "Estamos trabalhando para localizar o responsável pela embarcação, que já foi identificado. Tanto o homem responsável pela embarcação, como a genitora que emprestou a lancha, deverão ser ouvidos para que nós possamos esclarecer o caso e encaminhar o resultado ao Judiciário. Reiteramos que a causa do acidente é analisada pela Marinha do Brasil, que já instaurou um procedimento próprio, o que, inclusive, vai subsidiar o nosso inquérito policial”, afirmou.
Estrutura
Mais de 40 agentes dos órgãos que compõem o sistema de segurança pública (Sieds) - como as polícias Militar, Civil e Científica, Corpo de Bombeiros, grupamentos Aéreo e Fluvial -, além da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon), Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Renda (Seaster), Fundação Parapaz, Secretaria de Articulação e Cidadania (SEAC), Companhia de Portos e Hidrovias (CPH) e Fundação Papa João Paulo II (Funpapa) estão atuando de forma integrada em toda a logística.
As ações contam, ainda, com cerca de 80 militares da Marinha do Brasil embarcados no Navio Patrulha “Guanabara”, no Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Xingu” e na Agência Escola Flutuante “Mutirum”. Equipes de mergulhadores e uma aeronave UH-15 “Super Cougar”, da Marinha, auxiliam nas operações de busca e salvamento. Também foram empregadas nove embarcações dos órgãos de segurança e uma aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública, que estão atuando nas buscas.
Traslado
No final da manhã desta sexta-feira (9), um Ferry Boat foi disponibilizado pelo Governo do Estado para fazer o traslado dos corpos, sobreviventes e familiares da capital ao Marajó, garantindo toda a assistência necessária nesse momento.
Investigação
As investigações continuam sendo feitas pela Polícia Civil, que instaurou um inquérito policial para investigar o naufrágio por meio da Delegacia Especializada Fluvial (DPFlu), com a oitiva de testemunhas e levantamento de mais informações sobre o ocorrido. A PC também poderá solicitar medidas cautelares ao Poder Judiciário em relação aos responsáveis pela embarcação.
Paralelamente a essa investigação, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), instaurou um inquérito para apuração dentro das suas atribuições e convocará os responsáveis pela empresa para apuração e esclarecimentos. Ressalte-se ainda que, no dia 3 de agosto, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon) relatou a operação irregular da embarcação Clícia x Expresso, da mesma empresa da embarcação naufragada, a qual foi inspecionada e apreendida.
Assistência
Concomitante às buscas, o serviço de atendimento multidisciplinar segue sendo realizado na área do Grupamento Fluvial de Segurança Pública, com três carretas da Secretaria Estadual de Saúde, Defensoria Pública do Estado, Fundação Parapaz e Seaster, que estão acolhendo e atendendo com emissão de certidão de nascimento e carteira de identidade os sobreviventes e familiares. Uma equipe de psicólogos e assistentes sociais estão prestando total apoio às famílias das vítimas, bem como aos sobreviventes do naufrágio.
Serviço
Familiares de pessoas desaparecidas podem procurar o Grupamento Fluvial (GFlu), localizado na Avenida Arthur Bernardes, n° 1000 (Ao lado do CIIR), onde serão atendidos por uma equipe multidisciplinar encarregada de fornecer informações, serviços essenciais, assistência psicossocial ou qualquer outra necessidade urgente. Contatos podem ser feitos também pelo telefone da Defesa Civil do Estado do Pará: (91) 98899-6323.
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