Museu Francisco Coelho: Fragmentos que ajudam a contar a história de Marabá e região

Na semana em que completa dois anos, Marabá pode se orgulhar de ter no Museu Municipal Francisco Coelho o principal ponto de preservação da memória e da cultura de toda uma região

Tay Marquioro
 

Na semana em que completa dois anos, Marabá pode se orgulhar de ter no Museu Municipal Francisco Coelho o principal ponto de preservação da memória e da cultura de toda uma região. Inaugurado em 7 de agosto de 2020, o museu deu novos ares ao Palacete Augusto Dias, construído em 1939 e que esteve fechado por cerca de oito anos e, por muito tempo, foi sede dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário na cidade. 

Contemplar a própria arquitetura do local, restaurada e preservada para abrigar o museu, é uma viagem de volta aos tempos em que Marabá vivia, por exemplo, o áureo ciclo da castanha. “Aqui, o visitante encontra peças importantes que ajudam a remontar a nossa história local e regional. Dentro de um contexto social e econômico, por exemplo, não há como dissociar uma da outra. Vários fatos históricos retratados aqui influenciaram a história da região como um todo e vice-versa, nós também fomos muito influenciados”, explica o historiador e educador museal, Wellington Mota. 

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A visitação ao Museu Francisco Coelho contempla 20 ambientes. Uma das salas é inteiramente dedicada à extração mineral, com amostras dos compostos químicos mais comuns. “A história de Marabá é muito pautada pela economia e alguns dos ciclos mais fortes e que permanecem até hoje são a exploração do minério e o agronegócio. E esses são capítulos tão importantes que impactam inclusive a nossa cultura, por atrair mais pessoas para a região”, analisa Mota, ressaltando a intensa contribuição de imigrantes para a história da cidade. 

Para além do que se conta nos livros de história da região, a narrativa abordada no Museu Francisco Coelho também tem a perspectiva dos povos originários. No pavimento superior, a reprodução de uma caverna recria o cenário da pesquisa por peças arqueológicas que carregam muito da história de populações nativas do sudeste paraense. 

“O museu traz essa leitura como um contraponto ao que a gente chama de ‘linha do tempo do homem branco’. Nós temos aqui peças de cerâmica que provam a existência de povos indígenas ancestrais na região. Na própria caverna, que demonstra como são os ambientes de estudos espeleológicos, há indícios de coletores e caçadores que, provavelmente, utilizavam o local como abrigo. Então esse é um lado importante da nossa história, entender esse período anterior ao processo de ocupação mais conhecido até a atualidade”, afirma o historiador.

Um projeto, várias mãos

O museu está sob a gestão da Fundação Casa da Cultura de Marabá, a quem pertence boa parte do acervo exposto nas salas abertas à visitação. Para a presidente da entidade, o Museu Francisco Coelho já representa um importante espaço de resgate da história para esta e as futuras gerações. “O Pará não tem um museu tão completo e que retrata tão bem a história de um povo quanto o nosso Museu Francisco Coelho. E é um espaço interativo, moderno, que você entra e gosta de estar no museu, sente vontade de voltar. É um ambiente acolhedor, agradável, um museu vivo”, descreve Vanda Américo.

O caminhar pelo “Seu Chico”, como o museu tem sido carinhosamente chamado pelos moradores dos arredores, traz reflexões importantes sobre episódios que ajudam a compreender a composição da população diversa que vive em Marabá. A concepção dos ambientes, que já receberam mais de 17 mil visitas, contempla partes de toda uma história que tem desdobramentos políticos e sociais e que contribuíram para que o sudeste do Pará chegasse até aqui.

“Uma sala complementa a outra, o visitante compreende toda a luta de um povo de uma região, de uma forma muito lúdica e representativa com os artistas e com a história do nosso povo. O projeto foi criado a várias mãos e executado com brilhantismo, sem fugir do contexto regional, trazendo uma narrativa forte, que mostra a realidade, sem que deixar de lado a composição de um ambiente agradável”, conta a presidente da Fundação Casa da Cultura.

Serviço

O Museu Municipal Francisco Coelho fica aberto à visitação de terça a sexta-feira, das 8h às 17h. Aos sábados e domingos, o horário de visitação é das 9h às 13h. A entrada é gratuita e os visitantes também podem aproveitar para fazer um lanche no Café do Seu Chico, nos fundos do Palacete Augusto Dias.

Quem foi Francisco Coelho?

Considerado fundador da cidade, Francisco Coelho foi um comerciante maranhense a quem historiadores atribuem a implantação de um estabelecimento chamado Casa Marabá, bem no encontro entre os rios Tocantins e Itacaiúnas que, hoje, ditam a rotina da cidade. O local foi escolhido estrategicamente, com o objetivo de que aquele se tornasse um entreposto para navegantes que rondavam a região em busca de caucho e castanha-do-Pará. Atualmente, não existem mais vestígios da Casa Marabá e o lugar onde ela ficava hoje é reconhecido como Bairro Francisco Coelho e fica no núcleo Marabá Pioneira.

 

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