MPF no Pará pede ação da Força Nacional contra invasão de garimpeiros em terra indígena Xipaya
Indígenas estariam sofrendo ameaças desde quinta (14) no Médio Xingu, em Altamira: Funai, Ibama, ICMBio, Polícia Militar e Polícia Federal também foram acionados
O Ministério Público Federal no Pará (MPF) confirmou nesta sexta-feira (15) que acionou a Funai, o Ibama, o ICMBio e também a Polícia Militar do Pará, a Polícia Federal e a Força Nacional para que medidas sejam tomadas contra uma invasão registrada na Terra Indígena Xipaya, na região do Médio Xingu, no município de Altamira, no sudoeste do Pará.
A área indígena tem aproximadamente 178,9 mil hectares. O MPF disse ainda que acompanha o caso.
"Sobre a invasão da Terra Indígena Xipaya, na região do médio Xingu, o MPF está acompanhando a situação e acionou ontem mesmo os órgãos de fiscalização e segurança. Funai, Ibama, PF, PM, Força Nacional e ICMBio foram informados para tomarem as medidas necessárias", publicou o MPF em suas redes sociais.
Invasão começou quinta, com ameaças
Indígenas da aldeia Karimãa, do território Xipaya, em Altamira, no sudoeste do Pará, denunciaram por redes sociais a presença de garimpeiros na terra indígena. A invasão se deu no começo da noite desta quinta-feira (14). A denúncia foi feita pela cacica Juma Xipaya, no Instagram. Veja:
De acordo com os indígenas, os garimpeiros também vêm fazendo ameaças aos guerreiros da comunidade. A cacica diz ainda que os invasores hostilizaram seu pai e o ameaçaram de morte.
"Podem matar meu pai, podem matar meus irmãos, podem matar meus parentes. A gente está com medo. Nos ajudem. É um pedido de socorro", disse chorando a cacica Juma Xipaya, em mensagem postada em suas redes
"Entraram com uma balsa grande. Agiram com violência e tentaram pegar o celular de meu pai, que estava filmando. Estamos com medo. Estamos no meio de um feriado. Não sei o que vai acontecer com meus parentes. Estamos com medo de que possam matar meus parentes, meu pai, meus imãos", disse Juma em seu depoimento por transmissão de vídeo. Ela chorava e estava visivelmente nervosa. "Pedimos apoio dos órgãos competentes. Guerreiros desceram na lancha, mas não sabemos como serão recebidos, porque já sabemos como vêm tratando nossos territórios e nossas vidas".
A cacica já havia pedido ajuda também à Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA