Movimento nos portos de Belém aumenta após a queda da ponde da Alça Viária

População já contabiliza prejuízos com o acidente

Roberta Paraense / Redação Integrada

Os reflexos do desabamento de parte da ponte situada no quilometro 48 da Alça Viária, que fica sobre o rio Moju, chegaram a Belém. Na tarde deste domingo (7), os portos das balsas, embarque para travessia da capital ao Arapari, em Barcarena, estavam com um fluxo intenso. Caminhões, carretas, ambulâncias, carros particulares e transportes coletivos formavam filas ao longo da avenida Bernardo Sayão, no Guamá.

Com dois dias da tragédia, a população ainda está sem respostas do que será feito ao longo do próximo ano – período previsto pelo Governo do Estado para a reconstrução da ponte -. Porém, a certeza é de que os problemas com a logística e com as despesas extras com o custo da viagem estão apenas começando. No Terminal Rodofluvial e no seu anexo, ambos na Bernardo Sayão, as tarifas para travessia são cobradas de acordo com o tamanho do transporte. Os carros particulares, pequenos, por exemplo, custam R$37, e os sedãs, R$47.

O caminhoneiro Josimar Baracho, 45 anos, vai ter de desembolsar mais de R$500 com o frete de madeira para Barcarena. Depois que ficou sabendo da queda da ponte, ele antecipou para domingo (7), a viagem que estava marcada para esta segunda-feira (8). "Estamos sem saber o que fazer daqui para frente. Não há subsídios para o embarque, até agora, das balsas que são o único meio para chegar lá. Não há nenhuma orientação de como devemos agir para amenizar tanto prejuízo", diz. 

O frete cobrado por Josimar é R$1200. Apenas de combustível, ele gasta R$400 valor que agora será menor, em média, R$ 150. No entanto, cada trecho de balsa custa R$274. "Se continuar assim, vamos aumentar o preço do frete, pois estamos agora trocando dinheiro e perdendo muito tempo. A situação saiu do nosso controle. Eu levo madeira, e tem gente que leva alimentos, animais", lamenta. A carreta de Josemar tem 17,5 metros. 

Quem também antecipou a viagem, foi o caminhoneiro Antoniel Assunção. Ele faz o abastecimento de cargas em geral nos municípios de Abaetetuba e Barcarena e, após aqueda, prevê prejuízos. "São milhares de pessoas que já estão sendo afetadas. Os problemas serão mais sentidos a parir de amanhã (segunda-feira,8)”, conta.

A preocupação do caminhoneiro está além do tempo de espera e das despesas extras. “As travessias de balsas são feitas em locais perigosos. Aqui na Bernardo Sayão é um perigo. Vamos ter de madrugar nas filas. E não vemos uma viatura de polícia”, observa. O caminhoneiro, que passava constantemente na ponte que caiu, comenta, também, das condições das estradas. "Tem buraco para todos os lados, e a ponte que caiu, não tinha nem sinalização, e estávamos correndo riscos sem ao menos saber", explica.

O técnico agrícola José Luiz, 66 anos, vai ter de esperar mais um tempo para voltar pra casa. Morador de Breu Branco, teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral), na última semana. Ele recebeu alta médica no sábado (6), porém, foi apenas hoje que voltou. “Tivemos de ficar mais um dia em Belém e aguardar a viagem de ambulância”, conta Isa Macedo, 52, esposa de José. A gestora de saúde, lembra que o percurso de carro é de 5 a 6 horas entre a capital e o município. “A viagem, agora, vai ser de 8, 9 horas. Até colocarem todos os caminhões e carros nas balsas”, observa. 

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