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Morre Tuíre Kayapó, líder em defesa dos direitos indígenas no Pará

Tuíre ficou conhecida por pressionar um facão contra o rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, em 1989

O Liberal
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Tuíre Kayapó, liderança indígena da Terra Las Casas, morreu na manhã deste sábado,10, no Pará, aos 54 anos, devido a complicações de um câncer de colo de útero. A notícia foi confirmada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará.

Tuíre ficou conhecida em 1989, durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, quando, aos 19 anos, pressionou um facão contra o rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes. A atitude foi um gesto contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

image Tuíre ficou (19), em 1989, durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, pressionou um facão contra o rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. (Protásio Nene / Agência Estado - 1989)

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Após o episódio, a imagem ganhou repercussão mundial e o projeto da hidrelétrica no Rio Xingu, inicialmente chamado de Kararaô, foi interrompido e posteriormente renomeado para Belo Monte. A obra foi adiada 22 anos, mas, em 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença para que a construção da usina fosse iniciada.

A Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) divulgou nota de pesar lamentando a perda e destacando o legado de luta, coragem e determinação deixado por Tuíre. “Sua passagem para outra dimensão nos deixa um vazio imenso, mas também uma responsabilidade ainda maior de continuar sua luta. Seguiremos firmes com a força e o exemplo que você nos deixou, Tuíre”, destacou.

Nota da Funai

Em nota oficial, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) expressou profundo pesar pelo falecimento de Tuíre, lembrada pela força, coragem e por ter marcado a história do país em seu ato de resistência.

“O gesto de Tuíre, colocando-se diretamente diante de decisões que afetavam sua terra e seu povo, representou um ato de resistência que permanecerá para sempre na memória daqueles que lutam por justiça”, disse.

Integrante do povo Mebêngôkre, Tuíre nasceu em 1970, no território Kayapó, na aldeia Kokraimoro, às margens do Rio Xingu, no estado do Pará. Foi uma das primeiras ativistas indígenas mulheres e protagonizou muitas outras manifestações em defesa da floresta, dos territórios e direitos indígenas. Em uma das suas últimas declarações públicas, Tuíre convocou o país para lutar junto contra o Marco Temporal.

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