Morre aos 86 anos o professor Édson Franco, fundador da Unama
Ele foi um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade da Amazônia. Velório será realizado nesta quinta-feira, no capela do Colégio Nazaré
O professor Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco, um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade da Amazônia (Unama), morreu na madrugada desta quinta-feira (13), aos 86 anos, vítima de um infarto. A informação foi divulgada pela Faculdade de Estudos Avançados do Pará (Feapa). Ele exercia a função de diretor-geral da Feapa e estava internado há sete dias em um hospital particular, no bairro do Guamá, em Belém, por problemas respiratórios e cardíacos. O velório será nesta quinta-feira, a partir das 9h, na capela do colégio Nossa Senhora de Nazaré. O sepultamento está marcado para a tarde, a partir das 15h, no cemitério Santa Izabel. Édson era advogado e jornalista, além de membro da Academia Paraense de Letras e da Academia Paraense de Jornalismo.
Unama
A Unama divulgou nota de pesar e destacou que Édson Franco era professor Emérito da instituição, desde 2017. Também comentou que, nesses quase 50 anos, Édson lutou pela educação superior e se dedicou a investir no saber.
"Iniciou a caminhada pelo Centro de Estudos Superiores do Pará - Cesep, que mais tarde, em 1987, juntou-se às Faculdades Integradas Colégio Moderno e posteriormente virou a União das Escolas Superiores do Pará - Unespa. Só em 1993 passou a ser chamada de Universidade da Amazônia, a primeira universidade privada do estado. Foi reitor da Unamas em diferentes períodos, de 1974 até o ano 2009.", detalhou a nota.
A Unama também comentou que Édson Franco deixa um Legado ao Estado e de contribuição imensurável de apoio à educação. A nota detalhou que ele foi um dos principais agentes durante a elaboração das diretrizes do Programa Universidade para Todos (ProUni), enquanto presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em 2004.
Além disso, professor Édson esteve presente em vários momentos decisivos para a Unama, como a criação de novos campi e como incentivador da cultura, por meio do projeto do "Salão de Pequenos Formatos", apoiado no núcleo cultural da Universidade, o qual foi revelado grandes artistas.
"Pela importância histórica para à Universidade, Dr. Édson Franco sempre esteve presente - à convite - em quase todos os eventos oficiais da Unama e era carinhosamente recebido pelos colaboradores e gestores da instituição. A Unama muito se orgulha desse gestor, professor e se solidariza aos familiares, amigos e antigos alunos que tiveram a honra de conviver com esse ser humano exemplar.", finalizou a nota.
Governo do Pará
O governador do Pará, Helder Barbalho, lamentou pelo Twitter a morte do professor. “Lamento profundamente o falecimento do professor Édson Franco, nesta quinta-feira. Fundador e primeiro reitor da Universidade da Amazônia, instituição na qual estudei, o professor Édson sempre será lembrado pelas suas contribuições e dedicação à educação no Pará. Meus sentimentos aos familiares neste momento”, compadeceu.
Prefeitura de Belém
A Prefeitura de Belém também manifestou profundo pesar pela morte do professor. “Edson Franco foi um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade da Amazônia (Unama) e além da carreira no magistério, era advogado e jornalista, membro da Academia Paraense de Letras e da Academia Paraense de Jornalismo. e Mais recentemente estava no cargo de diretor-geral Faculdade de Estudos Avançados do Pará (Feapa)”, comunicou. A Assembleia Legislativa do Pará(Alepa) divulgou uma nota de pesar e recordou que, neste ano, Édson participou do lançamento da Constituição do Estado do Pará, na Alepa.
Neta
Laissa Khayat, a neta do docente, compartilhou no Instagram como era relação dela com o avô, de quem herdou o interesse pela leitura e, principalmente, pelos livros do escritor pernambucano Ariano Suassuna. “O (muito) bom com textos era ele. E dele tomei o gosto pela leitura, “roubei” alguns bons livros (ele me emprestava com horas contadas e na condição do feedback!!), passei a apreciar Ariano Suassuna. Mas ele, sem dúvida, era muito mais faminto por conhecimento e não à toa tem o nome abraçado com a Educação, o grande legado que deixou ainda em vida, extrapolando as fronteiras do Pará. Que euforia ele me dava quando pedia a minha opinião sobre um texto que escreveu e a revisão dos seus cursos de oratória. Ganhava o meu dia! Jornalista assim como ele, é e sempre será uma benção chamar Édson Franco de meu avô”, relatou.
Segundo a familiar, Édson tinha um carisma enorme e costumava receber “os seus alunos na porta toda segunda-feira e ligava a cada aniversário para seus colaboradores “. “Tem momentos que as palavras somem, porque são incapazes de descrever o tamanho da saudade que já sinto dele. (...) Jamais esquecerei as suas últimas palavras, quando nos despedimos antes de eu pegar o voo 'pra' BH (Belo Horizonte). Como de praxe, fui me despedir dos meus avós, batemos um papo no quarto deles e na hora de eu ir embora, o vovô me disse: “vou sentir muita, muita saudade. Te amo, minha filhinha. Vai com Deus e Nossa Senhora te acompanhe”, concluiu Khayat.
Na publicação, diversas pessoas deixaram mensagens de pesar à Laissa e também expressaram o carinho que tinham por Édson. “Quando eu estudava lá (Feapa), ele sempre me ligava no dia do meu aniversário ‘pra’ me desejar parabéns. Acredito que era assim com todos. Eu achava aquilo maravilhoso, ainda mais vindo de alguém como ele. São por essas e outras que ele foi o que foi e continuará sendo nas nossas lembranças”, comentou a jornalista Danielle Dias.
Edson deixa esposa com quem era casado há 60 anos e cinco filhos.
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