Médicos realizam primeiro transplante ósseo do Pará
O ortopedista que conduziu o procedimento declarou que a cirurgia, realizada em um paciente que sofria há anos com dores intensas no quadril, foi um grande sucesso
Nesta quarta-feira (3) foi realizado o primeiro transplante ósseo no estado do Pará. O procedimento, feito em um hospital privado de Belém e conduzido pelo ortopedista George Kalif, representa um marco importante na área da saúde da região, na opinião de especialistas.
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O Dr. George Kalif usou suas redes sociais para divulgar o procedimento pioneiro e destacou que a cirurgia, realizada em um paciente que sofria há anos com dores intensas no quadril, foi um absoluto sucesso. "Ele usava uma prótese no quadril, que se soltou e causava muita dor. Graças à possibilidade do transplante ósseo, conseguimos proporcionar uma nova perspectiva de vida para este paciente, que estava aguardando vaga em outro estado", explicou o médico.
A reportagem de O Liberal conversou com o ortopedista, que detalhou os desafios enfrentados para a realização da cirurgia. "O procedimento envolveu uma logística complexa, desde a captação do tecido ósseo até a sua aplicação no paciente. Tivemos que garantir que todas as etapas fossem seguidas rigorosamente para evitar qualquer risco", disse.
Como é feito o transplante ósseo?
A doação de ossos segue protocolos semelhantes aos da doação de órgãos. Pode ser feita tanto por parentes próximos, em vida, quanto após a morte cerebral de um paciente, mediante autorização da família. Após a retirada, os ossos são limpos e congelados a 80 graus negativos e submetidos a exames rigorosos para garantir a ausência de bactérias ou fungos.
Segundo Dr. George, o risco de rejeição em transplantes ósseos é praticamente nulo, embora a recuperação exija intensa fisioterapia para adaptação do corpo ao novo tecido. Além de substituir ossos danificados, o transplante ósseo tem o potencial de tratar várias condições, como osteoporose e traumas graves, e também é utilizado para substituir próteses desgastadas.
O ortopedista ressalta que o enxerto ósseo estimula a formação de novo tecido, sendo fundamental em casos de fraturas não consolidadas ou falhas ósseas. Em cirurgias de coluna, por exemplo, o transplante contribui para a estabilidade e fixação de próteses, promovendo uma correção completa.
“A realização desse transplante ósseo no Pará sinaliza um avanço na capacidade da saúde do estado de oferecer tratamentos complexos, antes disponíveis apenas em centros médicos de outras regiões do país. Agora é desenvolver ainda mais para que se torne cada vez mais comum”, disse o médico.
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