Marituba terá um centro de triagem de recuperação de animais silvestres

A iniciativa de implantação surgiu a partir do decreto 2.624/2022m publicado no último dia 16 de setembro, no Diário Oficial do Estado do Pará

Gabriel Pires
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O município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), ganhará um espaço para recuperação de animais silvestres resgatados, na unidade de conservação do Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia (Revis). Essa medida garante, assim, que esses animais possam ser reinseridos à natureza após acompanhamento no futuro Centro de Triagem de Recuperação de Animais Silvestres (Cetras). A implantação, que ainda garante a ampliação do Revis, surgiu a partir do decreto 2.624/2022, publicado no último dia 16 de setembro, no Diário Oficial do Estado do Pará. 

Situado a 23 quilômetros de Belém, o Revis originou-se de uma área da antiga fábrica Pirelli, em Marituba, e tornou-se uma unidade de proteção ambiental integral, com visitação pública restrita. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), órgão que acompanhou todo o processo técnico para a criação do Revis, a comunidade também foi envolvida nos trabalhos, que incluíram consulta pública, entre outras atividades. Com a nova normativa, o Revis passa de 6.367.27 hectares para 6.595,3418 hectares.

Criação do espaço garante ganhos 

Karla Bengtson, presidente do Ideflor-Bio, acredita que, além do ganho ambiental com a ampliação, será possível agregar uma área de amortecimento ao Revis. “O grande ganho que o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres traz para nós é que hoje nós não temos, na área metropolitana, um espaço que possa receber esses animais silvestres, quer sejam oriundos da apreensão, quer sejam oriundos da destinação ou que sejam encontrados com certa debilidade, para que sejam cuidados, reabilitados e reintroduzidos na natureza”, comentou Karla.

Animais que não tiverem condições de reintrodução serão destinados para um novo espaço, o Bioparque. O espaço é aberto para visitação com o propósito também de conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar dos animais exóticos.

Trabalho técnico

Socorro Almeida, diretora de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, explica que a ampliação seguiu um trabalho técnico minucioso com o envolvimento de várias equipes.

“Depois de tudo constatado, o levantamento da cadeia dominial, de que essas áreas estavam isentas de algum imbróglio mobiliário, nós fizemos a redefinição, e já tínhamos um recurso aprovado por compensação ambiental. Então, a empresa foi contratada, fez a demarcação nova e depois de todo esse trabalho, foi feito o memorial descritivo que resultou na publicação”, detalha Socorro.

Participação popular

Vizinha do Revis, Vanuza Cardoso é moradora da comunidade quilombola do Abacatal, em Ananindeua, e participou da Consulta Pública. “O projeto foi apresentado na consulta informativa. Será um espaço científico, de recuperação dos animais e irá proporcionar não só a Marituba, mas aos municípios que estão no entorno do Refúgio, uma proporção e uma visão diferenciadas do espaço", disse Vanuza.

"Além disso, com o projeto, vai aumentar consideravelmente o número de visitas, de estar acompanhando o espaço, que ao meu ver, por ora, é pouco acessado”, finalizou.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

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