Manchas de óleo encontradas em Abaetetuba não têm relação com as do nordeste brasileiro

A afirmação foi feita pelo Secretário Adjunto de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rodolfo Zalouth.

João Paulo Jussara / O Liberal

As manchas de óleo encontradas na praia de Beja, em Abaetetuba, na última terça-feira, 15, não têm nenhuma relação com o óleo encontrado nas praias do nordeste brasileiro. A afirmação foi feita pelo Secretário Adjunto de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rodolfo Zalouth, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda, 21, para divulgar os resultados do mapeamento feito na costa paraense. Não foram encontrados indícios da presença do material nas praias do litoral do Estado.

Os relatos de moradores que encontraram algumas manchas de óleo espalhadas pela areia da praia de Beja, em Abaetetuba, acenderam um alerta no Governo do Estado, que convocou uma força-tarefa envolvendo o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil Estadual e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para sobrevoar a costa paraense e verificar se o óleo que atingiu as praias nordestinas se aproximava do Pará.

Foram percorridos cerca de 360 quilômetros durante o sobrevoo, que foi realizado nas primeiras horas desta segunda-feira (21) e passou por municípios como Vigia, Salinópolis, São Caetano de Odivelas, Curuçá, Marudá, Maracanã, São João de Pirabas, Quatipuru, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu. Algumas manchas foram observadas, mas de acordo com o Corpo de Bombeiros, não se tratava de óleo. "Na verdade eram sombras de nuvens, além de algas marinhas que estavam próximas a essas sombras", afirmou o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros do Pará, Hayman Souza.

Nenhuma mancha de óleo foi identificada visualmente nas praias da costa paraense pelas equipes que participaram da ação. O município de Abaetetuba, onde algumas manchas apareceram, fica localizado abaixo do litoral do estado, e por isso, dizem as autoridades, antes que óleo que atingiu o nordeste chegasse até lá, deveria ter passado pelas praias de Vigia, Soure, Bragança e Viseu, mas nenhum relato do material foi registrado nestes locais.

Portanto, acredita-se que as manchas encontradas na Praia de Beja tenham outra origem. "Acreditamos que seja um vazamento ligado a algum tipo de embarcação. A própria viscosidade desse óleo não é similar àquela mais espessa que tem aparecido nas praias do nordeste", disse o secretário da Semas, Rodolfo Zalouth. A Prefeitura de Abaetetuba e a Marinha fizeram uma coleta do material encontrado para análise em laboratório.

"A partir dessa análise, a gente pode identificar que tipo de embarcação usa esse óleo, e saber se é uma embarcação de pequeno ou grande porte. Aí fica mais fácil identificar qual o responsável e como aconteceu esse acidente", explicou o Capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Manoel Pinho. "É importante destacar que agora não existem pontos de vazamento e não foi encontrado mais óleo no local".

Prevenção

Para evitar que o óleo que atingiu o nordeste chegue até as praias do litoral paraense, a Marinha tem realizado um trabalho preventivo, através de vistorias em embarcações e patrulhas navais e aéreas, com o objetivo de identificar as manchas antes que elas cheguem às praias do estado.

"Nós mandamos nossos navios fazendo patrulhas na nossa costa, e também aeronaves, para que a gente possa identificar de forma antecipada, e a partir do momento que a gente tenha esse alarme antecipado, possamos tomar as ações cabíveis junto ao governo do estado", destacou Manoel Pinho.

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