Doença de Alzheimer atinge um milhão de pessoas no Brasil
Em Belém, idosos com Alzheimer podem ser atendidos em qualquer uma das 90 unidades de saúde e na Casa do Idoso, na José Malcher
O número de pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer continua a crescer na mesma medida da expectativa de vida da população. O transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, de causa desconhecida, atinge mais de um milhão de pessoas no Brasil, a maioria sem diagnóstico.
No dia 21 de setembro, a Organização Alzheimer’s Disease International (ADI) realiza o Dia Mundial da Doença de Alzheimer para aumentar a conscientização do público sobre a doença degenerativa e desafiar o estigma que a cerca. Em Belém, o Sistema Único de Saúde (SUS) e universidades públicas disponibilizam diferentes serviços para atender as pessoas idosas.
O Alzheimer se manifesta com pequenos esquecimentos, depois aparece a dificuldade em articular palavras, problemas na execução de atividades do dia a dia e evolui para alterações de comportamento. O neurologista Antônio de Matos explica que a degeneração do cérebro começa, em média, aos 50 anos. Casos de Alzheimer precoce, antes dos 60 anos, tem maior ligação genética. Quando ocorre acima dos 80 anos a causa principal é a idade.
“Não há uma definição quanto às causas do Alzheimer. A doença afeta o funcionamento do cérebro de modo lento e progressivo, caracterizada pelo comprometimento de duas ou mais funções como: memoria, linguagem, atenção, raciocínio lógico, julgamento, planejamento, graves o suficiente para interferir nas atividades da vida diária da pessoa”, destaca o médico.
O diagnóstico precoce é o melhor aliado para prolongar a qualidade de vida do paciente. O tratamento precisa ser individualizado e a família precisa ser paciente, entender que o comportamento da pessoa com Alzheimer independe da vontade dela.
Os idosos com suspeita de Alzheimer podem procurar ajuda na rede pública de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), ou dos outros municípios paraenses, são a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A Rede Municipal de Atenção Primária à Saúde da capital paraense pode identificar os primeiros sintomas por meio da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa e no contato no dia a dia dos serviços de saúde e grupos de atividades coletivas voltadas às pessoas com 60 anos de idade ou mais.
As 90 unidades básicas de saúde, incluindo a UBS Fluvial Camilo Vianna, realizam acompanhamento e a estratificação de risco da Pessoa Idosa, acionando o cuidado compartilhado com a Casa do Idoso, que é o centro especializado no diagnóstico da doença de Alzheimer no município de Belém. Além de contar também com o apoio da rede especializada dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a Casa do Idoso funcionam de segunda a sexta, de 8h às 17h. Os CAPS atendem 24h. A pessoa idosa com doença de Alzheimer pode ir diretamente à Casa do Idoso, localizado na avenida Governador José Malcher, nº 333, bairro de Nazaré, para iniciar os tratamentos da doença.
O Programa de Saúde da Pessoa Idosa está presente nas unidades básicas de saúde localizadas no município e ilhas de Belém, com grupos de convivência e atividades coletivas, como dança, artesanato e rodas de conversas que ajudam no tratamento. Na próxima terça-feira (24/10), a Sesma promove o Seminário de Cuidados com a Pessoa Idosa com Doença de Alzheimer na Atenção Primária à Saúde, evento formativo para médicos, equipes multidisciplinares e agentes comunitários de saúde da rede municipal. O seminário faz parte da programação Semana Municipal de Saúde da Pessoa Idosa de Belém 2024.
Já a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que o Hospital Jean Bitar oferece atendimento ambulatorial com especialista em geriatria que atende usuários idosos com data e horário especificados conforme agendamento da Regulação Estadual. O serviço é oferecido a pacientes com os sintomas da doença, que devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para passar por uma avaliação e, eventualmente ser encaminhado, via Regulação Estadual, para hospital referenciado.
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