Luta por Direitos Humanos ganha o novo Instituto Dom José Luís Azcona (IDA)

O IDA será lançado nesta sexta-feira, 17, e será presidido pela Irmã Henriqueta Cavalcante.

Enize Vidigal
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O bispo emérito do Marajó, Dom José Luís Azcona, referência na luta pela vida na Amazônia, dará nome a um novo instituto de defesa dos direitos humanos, especialmente das populações mais vulneráveis da região: o Instituto Dom José Luís Azcona (IDA). O IDA foi idealizado e será presidido pela Irmã Henriqueta Cavalcante, outra referência na luta por direitos humanos, especialmente no enfrentamento do tráfico humano e do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes.

O IDA será lançado nesta sexta-feira, às 9h, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB-Norte2). Dom Azcona estará presente ao lançamento, mas não fará oficialmente parte do instituto.

“É um instituto livre, sem ligação com qualquer instituição”, define Irmã Henriqueta, que também integra a Comissão de Justiça e Paz (CJP), da CNBB-Norte2; a Comissão Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, da CNBB Nacional; e a Rede Eclesial Panamazônica (Repam) no Eixo de Fronteiras Contra o Tráfico de Pessoas.

Henriqueta também teve atuação decisiva nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) que investigaram os crimes de abuso e exploração de crianças adolescentes no Marajó e o tráfico de pessoas no estado, assim como a CPI do Senado que também apurou o tráfico humano no país.

A vice-presidente do IDA será a advogada Mary Cohen, também especializada na defesa dos Direitos Humanos no Pará.

“A pauta do IDA é a defesa de direitos humanos e da dignidade da pessoa humana, a partir de qualquer tipo de violação. Me senti muito cobrada, dentro e fora do Brasil, a fazer isso (fundar o instituto), para ter um espaço onde eu possa trabalhar com mais amplitude”, conta Henriqueta, que levou oito anos para decidir sobre a criação do IDA.

“Nunca abri mão de colocar o nome do Dom Azcona porque ele é meu parceiro de lutas e de sonhos até hoje. Ele me incentivou a mergulhar nas águas mais profundas da luta por justiça, nos rincões onde ninguém queria ir, (ninguém) queria enxergar. A população precisa de instituições sérias para defendê-la”, destaca.

Histórico

Dom José Luís Azcona Hermoso sempre denunciou que a exploração de jovens pobres está atrelada à miséria e à falta de políticas públicas decorrentes da ausência do estado nos municípios do Marajó. Em 2009, as denúncias feitas por ele, de casos de pedofilia e de exploração sexual de crianças e adolescentes no arquipélago, levou a Alepa a instaurar a CPI da Pedofilia. Em 2021, ele recebeu o prêmio internacional Jaime Brunet pela Promoção dos Direitos Humanos, concedido pela Universidade Pùblica de Navarra, na Espanha.

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