Lontras resgatadas no Pará serão encaminhadas para São Paulo
Decisão foi tomada em conjunto com autoridades federais para que os animais vivessem no melhor local que pudesse os acolher durante todo o ciclo de vida, respeitando suas características naturais
Juno e Jade, as lontras resgatadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de situação de tráfico animal, em Marapanim, no nordeste do Pará, serão encaminhadas para o zoológico Selva Viva, localizado em Taubaté, interior de São Paulo. A decisão foi tomada em conjunto com autoridades federais para que os animais vivessem no melhor local que pudesse os acolher durante todo o ciclo de vida, respeitando suas características naturais. Por conta de trâmites documentais, ainda não foi definida a data em que as lontras serão levadas para SP.
Desde 28 de fevereiro, as lontras estavam sob os cuidados da equipe do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras), da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). A professora Ana Silvia Sardinha Ribeiro, responsável pelo Cetras, explica que o processo de escolha do local onde esses animais ficariam seguiu uma série de exigências.
“As lontras são animais territorialistas e semiaquáticos, que não dormem na água. Isso exige que o local em que elas fiquem seja um ambiente grande com parte aquática e terrestre. O zoológico Selva Viva, um dos três locais que demonstrou interesse em receber essas lontras, já tem condições de receber mamíferos aquáticos. Mas a nossa intenção era de que elas ficassem aqui (no Pará), para evitar o estresse do transporte”, contou.
Assim que os procedimentos documentais de licenças de transporte e o recebimento dos animais foram concluídos, que a docente prevê que sejam concluídos em cerca de dez dias, será possível determinar uma data de quando as lontras irão para São Paulo. Enquanto isso, Ana Silvia afirma que o outro desafio enfrentado é a confecção da caixa em que elas serão transportadas, que precisa levar em consideração a questão da temperatura, para não ocasionar nenhum problema.
VEJA MAIS
“A caixa em que elas serão levadas, de forma separada como carga, teria que ser de aço ou madeira. Esse tipo de caixa é para a segurança delas e do transporte. Se fosse numa caixa de cachorro, as lontras poderiam fugir por serem animais muito fortes. Como as lontras são animais muito calorentos, um ponto a ser observado é a temperatura, para que não tenham hipertermia. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a equipe do zoológico Selva Viva vão acompanhar a chegada desses animais para que nada de ruim aconteça”, informa.
Desde que foram recebidas pelo Cetras, as lontras foram colocadas em uma piscina, para que fossem incentivadas ao comportamento natural delas de mergulho. “No início, ficaram quase dois meses mamando. Agora que fizeram o desmame, comem cerca de 1kg e meio de peixe por dia, cerca de 10% a 15% do peso delas. São animais que precisam de estrutura e condições financeiras para mantê-las”, acrescentou Ana.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA