Indígenas afirmam que deslizamento de montanha é responsável pela turbidez da água do Rio Mapuera
Em Oriximiná, cerca de 2 mil indígenas dependem do Rio Mapuera para alimentação e consumo de água
Em Oriximiná, cerca de 2 mil indígenas do povo Wai Wai enfrentam dificuldades para comer e realizar as atividades domésticas. Isso porque as águas do Rio Mapuera apresentam uma coloração barrenta desde o último sábado (28); diversos peixes foram achados mortos boiando no rio pelos indígenas. Na manhã desta segunda-feira(30), os indígenas afirmaram que a turbidez da água foi causada pelo deslizamento de uma montanha que foi parar no rio. No entanto, a secretaria de meio ambiente de Oriximiná afirmou que está investigando as causas da turbidez da água.
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Em entrevista a OLiberal.com, o indígena Walter Powci wai wai, antropólogo e representante do povo wai wai, relatou que após ida até o local de onde vinha a lama que entrou no rio foi constatado a possível origem do problema.
“Hoje, moradores da aldeia Mapuera conseguiram chegar até onde aconteceu desmoronamento de montanha gigante, acima da aldeia Bateria e tapou todo o rio, por isso o rio ficou assim. Achávamos que era de garimpo ou barragem, mas não é isso”, informou.
Os indígenas das aldeias da região dependem do rio para alimentação e consumo de água. Neste final de semana, sábado (28) e no domingo (29) eles perceberam a água muito barrenta e em seguida acharam peixes mortos.
Posicionamento da Secretaria de Meio Ambiente
A secretaria de Meio Ambiente de Oriximiná informou que investiga as causas das possíveis mudanças na água e as mortes dos peixes. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Rubson Rodrigues, já foi solicitado o apoio do ICMBio, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Polícia Federal para adoção de medidas a fim de identificar o problema e tomar providências.
"Nós recebemos a notícia dessa situação no Rio Mapuera, de que foi encontrada uma coloração diferente, praticamente uma água barrenta. As informações que nós temos é de que já passou por quatro aldeias, e não sabemos qual a origem, nem mesmo os indígenas sabem. Já pedimos a ajuda do ICMBio, Ministério Público estadual, Federal e Polícia Federal para que providências sejam tomadas", informou o secretário.
Ainda de acordo com o secretário, um helicóptero deve sobrevoar a área do rio afetada."Precisamos saber onde começou, se tem relação com garimpagem",concluiu.
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