Fortes chuvas deixaram quase 30 mil desalojados e desabrigados no Pará
Defesa Civil confirma 39 municípios que já decretaram situação de emergência no Estado
As fortes chuvas no Pará deixaram, este ano, quase 30 mil desalojados e desabrigados. Desalojado é quem saiu de casa, mas não necessariamente a perdeu, e não está em abrigo público. A pessoa vai para a casa de um parente ou de um amigo. Já desabrigado é quem perdeu a casa e está em um abrigo público. Nesta terça-feira (1º), e a pedido da Redação Integrada, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informaram que, no mês de maio, houve grande incidência de fortes chuvas em todo o Estado. E que, em 2021, a Defesa Civil recebeu 39 pedidos de homologação e situação de emergência de municípios do Pará.
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Desse total, 17 município pertencem à região Oeste e Baixo Amazonas, com um total de 29.594 desalojados e desabrigados. A Defesa Civil também informou que efetuou o apoio técnico nesses locais, assim como a ajuda humanitária aos moradores atingidos pelas fortes chuvas na região, com um total de 22.895 cestas básicas distribuídas. E o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), reconheceu, nesta segunda-feira (31), situação de emergência em 25 municípios de oito estados do País por conta de desastres naturais. As decisões foram publicadas na edição desta segunda-feira (31) do Diário Oficial da União. Nessa relação, estão duas cidades do Pará: Terra Santa e Belterra, onde foram registradas chuvas intensas.
Após a publicação do reconhecimento federal por meio de portaria no Diário Oficial da União (DOU), os estados ou municípios podem solicitar recursos para restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de equipamentos de infraestrutura danificados pelo desastre. Com base nas informações enviadas por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), a equipe técnica da Sedec avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com a especificação do valor a ser liberado.
Ministério do Desenvolvimento Regional liberou recursos para cidades do Pará
Em 13 de maio deste ano, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) autorizou o repasse de recursos para a cidade paraense de Itupiranga, atingida por chuvas intensas, e a para qual foram destinados R$ 501 mil para recuperação de bueiros danificados. Também castigada pela chuva, Dom Eliseu (PA) recebeu R$ 291,4 mil para aquisição de alimentos, financiamento de dormitórios e compra de materiais de limpeza e higiene e de colchões.
Com registro de enxurrada, a cidade de Óbidos (PA) foi contemplada com R$ 248,9 mil para o restabelecimento das vias para o trânsito. Para São Félix do Xingu (PA), foram liberados R$ 152,4 mil para restabelecimento de sistema de drenagem danificado por inundações. Cinco dias depois, em 18 de maio, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) autorizou o repasse de recursos para a cidade de Bom Jesus do Tocantins (PA), que, atingida por chuvas intensas, vai contar com R$ 469,3 mil para aquisição de kits de alimentação, limpeza, higiene pessoal e dormitório.
No dia 20 de maio, o MDR autorizou o repasse para a a cidade de Óbidos (PA), que, desta vez atingida por enxurradas, vai contar com R$ 907,4 mil para aquisição de kits de alimentação, limpeza, higiene pessoal e dormitório. Já Jacareacanga (PA), que registrou chuvas intensas, vai receber R$ 854,7 mil para a compra de kits de ajuda humanitária. Novo Progresso (PA) também registrou chuvas intensas e receberá R$ 436,2 mil para compra de kits de ajuda humanitária, água mineral, itens de higiene pessoal e colchões. Já Eldorado do Carajás (PA), onde também houve chuvas intensas, terá acesso a R$ 301,7 mil para a compra de kits de alimentação, limpeza, higiene pessoal e dormitório.
No Pará, Alenquer, Curuá e Faro, no Pará, tiveram a situação de emergência reconhecida por inundações
No dia 21 deste mês, o MDR reconheceu situação de emergência em 15 municípios do País por desastres naturais. No Pará, Alenquer, Curuá e Faro, no Pará, tiveram a situação de emergência reconhecida por inundações. No dia 24 de maio, o MDR autorizou o repasse para Oriximiná, que, castiga pelas inundações, vai receber R$ 854,8 mil para a compra de kits de alimentação, limpeza, higiene pessoal e dormitório. E, no dia 27, o MDR contemplou Tucumã, que registrou enxurradas e teve aprovado o repasse de R$ 45 mil para restabelecer o sistema de drenagem local.
No Pará, os 39 municípios decretaram situação de emergência este ano por conta de desastres naturais. São localidades onde as intensas chuvas, inundações, alagamentos e enchentes têm provocado grandes impactos e deixado várias famílias desalojadas. Dentre eles, 27 se encontram em situação de emergência homologada pelo governo do Estado, conforme informou, no dia 24 de maio, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
A lista homologada inclui: Itupiranga; São Geraldo do Araguaia; São Domingos do Araguaia; Eldorado do Carajás; Ipixuna do Pará; Água Azul do Norte; Óbidos; Marabá; Rondon do Pará; Tucumã; São Félix do Xingu; Pacajá; Rio Maria; Bom Jesus do Tocantins; Dom Eliseu; Alenquer; Rurópolis; Novo Repartimento; Aveiro; Trairão; Jacareacanga; Novo Progresso; Nova Ipixuna; Baião; Almeirim; Oriximiná; e Prainha. Na lista daqueles que apenas decretaram estão: Redenção; São João do Araguaia; Santa Maria das Barreiras; Belterra; Curuá; Alenquer; Juruti; Faro; Óbidos; Terra Santa; Monte Alegre; e Santarém.
Óbidos tem terminal, praça e centro comercial inundados
Situada às margens do rio Amazonas, em sua parte mais estreita e profunda, Óbidos - no oeste do Pará, a 800 km de Belém - enfrenta os rigores da maior cheia do século. As águas do Rio-Mar tomaram conta da frente da cidade, inundando o terminal rodoviário, a praça José Veríssimo, o mercado municipal e as principais lojas do comércio.
Para garantir a locomoção das pessoas, o prefeito Jaime Silva (MDB) foi obrigado a construir quilômetros de pontes e o estado de calamidade publica no município já foi reconhecido pela Defesa Civil nacional.
A situação é particularmente mais grave nas regiões de várzea, onde dezenas de casas de ribeirinhos foram inundadas, o que forçou a retirada de muitos deles para casas de parentes na zona urbana.
A cheia do Amazonas convive com a pandemia de covid-19, que já conta mais de 6,4 mil casos confirmados e 121 mortos no município, que vacinou pouco mais de 10 por cento da população de cerca de 50 mil pessoas, segundo o IBGE.
A maior cheia do Amazonas em Óbidos tem proporcionado aos moradores do município uma diversão extra: muitos tem buscar alimento nas áreas inundadas: com caniço e anzol, a pesca de sardinhas, pacus e charutos diverte e alimenta. A previsão da defesa civil é que a vazante está próxima: o maior nível da cheia de 2009 - a maior de todas - foi alcançado no dia 8 de junho, já no chamado verão amazônico.
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