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Escola estadual lança projeto de educação antirracista e debate sobre o tema com comunidade escolar

O projeto "Educação antirracista: por sujeitos que reconheçam os sujeitos" será desenvolvido durante todo o ano letivo de 2025 com palestras e formações

Agência Pará
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Para inspirar e envolver a comunidade escolar nos debates e práticas antirracistas, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Alves Maia, localizada no bairro do Telégrafo, em Belém, lançou o projeto "Educação antirracista: por sujeitos que reconheçam os sujeitos", na última quarta-feira, 13. Direção, coordenação, corpo docente e estudantes participaram do evento, que contou com a participação da Diretoria de Diversidade e Inclusão (DDI) e da Coordenação de Educação para Promoção da Igualdade Racial (Copir), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O projeto, que começa agora, será desenvolvido durante todo o ano letivo de 2025.

A diretora da escola, Cilene Melo, explica como surgiu a iniciativa. "Durante 14 anos eu estive trabalhando na Copir, na Seduc, e desde a minha ancestralidade mesmo, porque eu sou indígena, eu percebo que a população docente e discente é muito carente de instrumentalização sobre educação antirracista. Quando assumi essa escola, eu me vi, além da obrigação, no dever de recomeçar. Aqui na escola, a partir dos professores, o projeto é de informação para a erradicação de práticas racistas no interior da escola. Esse projeto vai ser aplicado durante o ano inteiro de 2025, com a temática de educação antirracista, de reconhecimento dos sujeitos por outros sujeitos que são, na verdade, os sujeitos com seus deveres e direitos. O passo prioritário é a instrumentalização dos professores para que depois eles sejam multiplicadores em sala de aula, promovendo essas práticas, por meio de suas metodologias, transversalizando a parte dos seus vários contextos, das suas várias temáticas, a educação afro-brasileira e as africanidades pela qual a gente vive aqui no Brasil, da qual a gente come, se alimenta, veste".

Durante todo o ano letivo de 2025, estudantes, professores e demais servidores da unidade escolar participarão de palestras e formações sobre práticas antirracistas.

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Para o diretor de Diversidade e Inclusão (DDI), Mário Augusto Almeida, que palestrou sobre práticas antirracistas, a iniciativa é fundamental e é um exemplo a ser seguido em todas as escolas da rede. "É fundamental a construção de identidade. É muito importante a gente falar sobre identidade negra no espaço escolar. É muito importante que a gente consiga dar essa visibilidade do potencial do negro em toda a sociedade. Negro e indígena também. É importante que a gente fale sobre isso o ano inteiro e que novembro seja só essa culminância. Hoje a escola está dando o pontapé inicial para algo que vai ser culminado no próximo ano e isso tem que ser renovado todos os anos e durante todo o ano em todas as disciplinas. Então eu estou muito feliz de ver essa escola fazendo esse trabalho em todos o estado do Pará", comentou. 

Ciente sobre a importância de debater o tema na escola, a estudante Luna Vitória, do 4º ano do Ensino Fundamental, contou o que espera do projeto para o ano letivo de 2025. "Eu achei esse projeto legal porque é muito importante para as pessoas e para as crianças saberem o que é o racismo e como acabar com isso. E vai continuar o ano que vem inteiro trabalhando essas questões, os professores vão falar em sala de aula, então eu acho que é importante vocês estudantes saberem mais sobre esses e outros assuntos. Todo mundo tem que saber sobre isso, eu explico isso para o meu primo que tem quatro anos e isso eu aprendi em casa e na escola", disse.

Segundo a professora do 5º ano do Ensino Fundamental, Kátia Portal dos Reis, o projeto com certeza fará diferença para os estudantes dentro e fora do ambiente escolar. "É fundamental trazer esses debates para a sala de aula. A gente tem que trabalhar o tema porque é a partir dessa formação, enquanto crianças, que eles vão ter a consciência de respeito, de que somos todos iguais e esse é um conhecimento que vai ser passado para os estudantes e que eles vão levar para a vida", destacou a educadora.

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