Entenda como a falta de higiene íntima é fator de risco para o câncer de pênis; ouça

Para alertar sobre os cuidados necessários, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realizou mais uma edição da campanha de combate e prevenção do câncer de pênis

Celso Freire, João Thiago Dias e Flávia Barros

A falta de higienização adequada na região íntima masculina é um dos maiores fatores de risco para o câncer de pênis, tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Para alertar sobre os cuidados necessários, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realizou, ao longo do mês de fevereiro, mais uma edição da campanha de combate e prevenção do câncer de pênis. Além de lives, vídeos e posts nas redes sociais, houve mutirão com cerca de 100 cirurgias de postectomias (procedimento de remoção cirúrgica do prepúcio) em estados como Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rondônia. A doença é mais comum nos homens que não se submeteram à cirurgia de retirada da fimose, que acaba dificultando a higienização correta.

Em entrevista dada ao jornalista Celso Freire, do Programa Panorama Liberal, apresentado na Liberal AM, o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seção Pará, Rui Mascarenhas, reforçou que a doença pode ser prevenida com a limpeza correta na área íntima. O que ocorre, segundo ele, é que muitos homens têm receio de procurar o médico quando necessário. Ouça:

“Quando eles procuram [médico], a doença já está num estado avançado, precisando ser feito um tratamento mutilante para tentar buscar a cura. Para prevenir é necessário limpeza diária. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo", alerta o médico Rui Mascarenhas

“Quando eles procuram [médico], a doença já está num estado avançado, precisando ser feito um tratamento mutilante para tentar buscar a cura”, alertou o médico.

Para prevenir essa doença, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, principalmente após as relações sexuais. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias, como ensinou o urologista. Estudos sugerem a associação com a infecção pelo vírus do HPV (papiloma vírus humano).

Sendo assim, outro alerta importante é sobre o uso do preservativo e a aplicação da vacina contra HPV. “O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo”, ponderou Rui Mascarenhas.

Quais os sintomas do câncer no pênis?


Dentre os sintomas: ferida ou úlcera persistente ou tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis; secreção branca (esmegma); e presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), que podem representar a progressão da doença.

Para fortalecer as próximas campanhas no Pará, a SBU Seção Pará faz um levantamento sobre os casos de 2022. Esses dados, ainda não fechados, devem ser apresentados em breve para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). A ideia é ampliar o conteúdo conscientizador, para chegar a públicos da capital e dos interiores.

Parcerias


A campanha no Pará conta com apoio de instituições como a Universidade do Estado do Pará (Uepa), Liga de Urologia do Pará, Hospital Ophir Loyola (um dos centros de referência em tratamento de câncer no estado) e Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

Membro da Liga de Urologia do Pará e um dos apoiadores da campanha, o acadêmico de Medicina da Uepa Rodrigo Goes explica que o câncer de pênis é uma doença ligada à vulnerabilidade social e fatores culturais, uma vez que os cuidados com a região íntima ainda são um tabu. 

"Pode levar à amputação parcial ou total do pênis, para que a doença não se espalhe para o restante do corpo. Percebemos que faltava divulgação da campanha no Pará e decidimos fortalecer por meio da grande mídia. É necessário chegar a públicos distantes, que ainda não conhecem a prevenção", disse.

"Precisam saber que é uma doença evitável se tiver assepsia corret. Uma das metas é aumentar a oferta de cirurgias de postectomias", completou Rodrigo.

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