Embarcações precisam reforçar medidas de segurança marítima na Baía do Marajó
Meses de setembro e outubro registraram seis incidentes marítimos na Baía do Marajó
Os cuidados com a segurança marítima na Baía do Marajó devem ser reforçados entre os meses de setembro e dezembro todos os anos. Somente nos meses de setembro e outubro, a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) registrou seis incidentes marítimos, dois foram em setembro e quatro em outubro, até o momento. Os quatro últimos meses do ano são os mais inseguros na Baía do Marajó devido os ventos fortes que ocasionam maiores ondas na região.
“As orientações são as mesmas que estão na portaria nº 78 de 2017. Deve-se redobrar a atenção, não impedimos nenhuma embarcação de navegar, mas realçamos nesses últimos quatro meses do ano a dificuldade para embarcações de casco de madeira, ou fundo chato. Apesar de tratarmos de Baía do Marajó serem águas de interiores, devido a configuração muito aberta, sofre muito com a influência do oceano. Ainda temos o efeito de maré sentido diariamente, tem a corrente de maré. Essa variação da maré na nossa região não é pequena e pode chegar a três metros, e a corrente de maré pode chegar a dois nós de intensidade, é mais ou menos quatro quilômetros por hora, o que é uma velocidade considerável para a correnteza”, destaca o comandante Calfa, da Capitania dos Portos.
Neste período há um aumento de acidentes marítimos na baía por causa das condições climáticas. Os ventos sopram na direção nordeste com maior intensidade, o que criam grandes ondas e dificuldades para as embarcações realizarem a travessia entre Marajó e Belém. Calfa sugere que as embarcações evitem transitar pela tarde e noite quando as condições da Baía são mais adversas.
“A navegação não começa quando coloca a embarcação em movimento, ela começa antes. Se posso evitar navegar em condição noturna é melhor. Se tem uma tempestade se aproximando deixe-a passar, não convém eu me arriscar. Eu vou encarar um vento mais forte ou uma chuva que vai reduzir a visibilidade? Esse é um período que sabemos de ventos mais intensos e de ondas mais significativas”, detalha.
Outro cuidado é que as embarcações de passageiros devem possuir 10% de coletes acima da lotação máxima de passageiros, ou seja, se uma embarcação tem 100 vagas deve possuir 110 coletes em boas condições e acessíveis para as pessoas. Para as embarcações abertas como canoas, rabetas ou jet-skis, os passageiros devem estar vestidos com os coletes. As crianças devem ter coletes apropriados para o seu tamanho. Além disso, as embarcações maiores devem ter balsas salva-vidas e extintores de incêndio.
“A Capitania inspeciona diariamente as condições dependendo do porte e da atividade-fim da embarcação que vão ter diferentes documentos exigidos. A tripulação tem que estar qualificada e completa”, complementa Calfa.
Se os passageiros suspeitarem de sobrecarga nos navios, superlotação ou qualquer indício que coloque em risco a segurança das embarcações devem denunciar para a Capitania dos Portos pelos números (91) 3218-3950 ou (91) 98134-3000. Qualquer pessoa pode fazer a denúncia. Os atrasos nas viagens não são de responsabilidade da Capitania, entretanto, se esse atraso tiver como motivação a segurança marítima como uma avaria na embarcação, as denúncias podem ser feitas.
DENÚNCIA – Capitania dos Portos da Amazônia (91) 3218-3950 ou (91) 98134-3000. Denúncias também pode ser encaminhadas pelo email cpaor.ouvidoria@marinha.mil.br
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