Dia Mundial de Combate à Desnutrição Infantil: veja orientações para uma infância saudável
Em 2024, no período entre janeiro e maio, o Brasil registou 2.424 internações por desnutrição infantil
Nesta quinta-feira (29) é celebrado o Dia Mundial de Combate à Desnutrição Infantil, uma data que destaca a importância de garantir que as crianças recebam os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. A desnutrição, uma condição clínica decorrente da deficiência de nutrientes essenciais, pode impactar gravemente o crescimento e o desenvolvimento infantil.
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Em 2024, o Brasil registou 2.424 internações por desnutrição infantil entre janeiro e maio. A região Nordeste liderou com 36,19% das internações, seguida pelo Sudeste com 23,92%, enquanto o Norte e o Centro-Oeste tiveram 13,70% cada. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde.
O quadro foi pior em 2021, quando o número de crianças com déficit de altura no Brasil chegou a 5,3%, o que é cinco vezes mais do que o esperado numa população saudável. A crise económica e a pandemia são algumas das razões que explicam este cenário.
A nutricionista paraense Késia Carolinne, que trabalha com nutrição infantil escolar, explica que a desnutrição infantil se caracteriza pela inadequação na ingestão de calorias e nutrientes. "A desnutrição ocorre quando a criança não consome a quantidade necessária de nutrientes para atender às suas necessidades metabólicas, o que pode levar a déficits no crescimento, comprometer o desenvolvimento cognitivo e enfraquecer o sistema imunológico", afirma.
Segundo a especialista, a desnutrição é considerada quando a criança apresenta um peso ou altura significativamente abaixo do padrão esperado para sua idade. "O índice de massa corporal (IMC) é uma das ferramentas utilizadas para avaliar a desnutrição, mas também analisamos o perímetro cefálico e a relação peso/altura, sempre levando em consideração a curva de crescimento", explica Carolinne.
Para evitar a desnutrição, a nutricionista destaca a importância de uma alimentação equilibrada desde os primeiros anos de vida. "A introdução alimentar deve ser feita de forma gradual e diversificada, priorizando alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida é também fundamental para prevenir a desnutrição", orienta Késia Carolinne.
Em relação ao peso ideal para cada idade, a nutricionista explica que existe uma faixa considerada normal para cada estágio de crescimento, e que os pais devem estar atentos às variações. "Os pais podem acompanhar o desenvolvimento de seus filhos através das curvas de crescimento disponibilizadas nos cartões de saúde infantil. Se houver qualquer desvio significativo, é essencial procurar um profissional de saúde."
Késia também alerta sobre o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e o impacto negativo que eles podem ter na saúde das crianças. "Evitar 'besteiras', como salgadinhos, refrigerantes e doces em excesso, é crucial. Esses alimentos são pobres em nutrientes e ricos em calorias vazias, o que pode levar à obesidade infantil e, paradoxalmente, à desnutrição oculta, quando a criança está acima do peso, mas deficiente em nutrientes importantes", explica.
Caso os pais identifiquem sinais de desnutrição, como perda de peso, fadiga, ou atraso no crescimento, a orientação é buscar a avaliação de um especialista. "O ideal é procurar um nutricionista infantil, que poderá fazer uma avaliação detalhada e prescrever um plano alimentar adequado às necessidades da criança", aconselha Késia Carolinne.
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