Deslizamento em Abaetetuba: autoridades ampliam 'polígono de risco' nos dois bairros atingidos

A área afetada segue sob estudos técnicos e sociais, além de receber ações para conter os impactos físicos e sociais do desastre ambiental

Dilson Pimentel
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O "polígono de risco" em Abaetetuba, no nordeste paraense e onde houve o deslizamento de terra no domingo (26), foi ampliado na tarde de quinta-feira (2). Mas, neste momento, não houve a retirada de novos moradores. Ao todo, 108 famílias foram afetadas pelo deslocamento de terra nos bairros São João e São José.

Na tarde de quinta-feira (2), uma comissão esteve na área afetada para estabelecer a ampliação do polígono de risco oriundo do movimento de massa registrado naqueles bairros. O grupo foi composto pela coordenação do Comitê de Sistema de Comando em Desastre, Defesas Civil Municipal, Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Serviço Geológico do Brasil e secretarias municipais de Obras e de Assistência Social.

Por prevenção e para melhor andamento do trabalho na área, as barreiras físicas de isolamento foram deslocadas, demarcando uma área mais extensa. A decisão é fundamentada em critérios técnicos, que englobam a geologia da área, questões climatológicas e a previsão de alta da maré.

Às 14 horas de quinta-feira deflagramos o aumento do polígono de risco. Esse aumento a gente está fazendo de forma gradativa. A gente tem a nuance de todas as tabelas científicas, climatológicas, geológicas e de maré”, disse o coordenador do Comitê de Sistema de Comando em Desastre, Augusto Lima.

Se não evoluir o desastre, temos tempo de fazer a retirada dessas famílias, ordenadamente, onde elas vão poder tirar seus pertences, com total apoio do município e do estado. E isso nos dá a possibilidade de aumentarmos esse polígono de risco, que será aumentando conforme a necessidade e o estudo e a análise de todas essas nuances que eu falei”, afirmou ele, que é coronel da reserva remunerada do Corpo de Bombeiros.

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image “Esse aumento do polígono de risco está sendo feito de forma gradativa. A gente tem a nuance de todas as tabelas científicas, climatológicas, geológicas e de maré”, disse o coordenador do Comitê de Sistema de Comando em Desastre, Augusto Lima (Foto/Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Abaetetuba)

Retirada dos moradores será feita de forma ordenada

Essa área de risco foi ampliada na travessa Dom Pedro I e na rua Siqueira Mendes, onde estão localizadas as casas atingidas pelo desastre ambiental. O lugar é monitorado 24 horas por dia pelo Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil Municipal e Defesa Civil Estadual. "Há parâmetros científicos que estão sendo utilizados, da evolução do desastre”, afirmou Augusto Lima.

A Defesa Civil Municipal e a Secretaria Municipal de Assistência Social já iniciaram o levantamento das informações relativas ao número de imóveis e atualização da quantidade de famílias afetadas pelo desastre.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, já iniciou o estudo social das famílias que residem no novo trecho alcançado pelo isolamento. O trabalho de cadastramento conta com o apoio dos agentes comunitários de Saúde, que têm ajudado na identificação de quem é, de fato, morador da área.

Esse reforço ajuda a evitar fraudes, por parte de pessoas que estão se aproveitando do momento para tentar acessar indevidamente os benefícios concedidos às famílias afetadas. A secretária municipal de Assistência Social, Josiane Baía, destacou a importância da integração com a Secretaria de Saúde para filtrar as pessoas aptas a acessar os benefícios assistências.

Nós nos preocupamos em fazer isso porque na primeira situação muitas pessoas tiveram que ser evacuadas sem ter todos os cadastros prontos. Nós tivemos dificuldades porque muitas pessoas, infelizmente, se aproveitaram da situação”, disse.

O Comitê de Sistema de Comando em Desastre, criado pelo Decreto Municipal nº 156/2023, é o órgão de articulação que coordena a atuação da gestão municipal e demais forças envolvidas para prestar assistência às famílias atingidas, além de monitorar e conter os riscos na área. 

Em 26 de fevereiro o Decreto Municipal nº 157/2023 declarou Situação de Emergência nas áreas do município de Abaetetuba afetadas pela erosão de margem fluvial por 180 dias. Em 27 de fevereiro, o decreto foi homologado pelo Governo Estadual e em 1º de março a situação foi reconhecida em nível Federal, por portaria do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) (Com informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Abaetetuba).

 

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