Crimes virtuais: saiba como proteger seus dados nas redes sociais e aplicativos em geral
Atualmente, o Brasil ocupa a 6ª posição na lista de países com mais vazamentos de dados por conta de ataques de cibercriminosos ou falhas em sistemas
Com o vazamento de dados na internet, criminosos podem aplicar golpes ao ter acesso aos números do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), datas de nascimento, score financeiro, informações bancárias, fotos e mensagens íntimas para a extorsão. Especialistas em proteção e privacidade de dados afirmam que é importante estar atento e seguir alguns cuidados para evitar ser mais uma vítima desses crimes. Atualmente, o Brasil ocupa a 6ª posição na lista de países com mais vazamentos de dados por conta de ataques de cibercriminosos ou falhas em sistemas.
Um levantamento da empresa de privacidade e segurança virtual Surfshark, divulgado em setembro de 2022, mostrou que 24,2 milhões de brasileiros tiveram suas informações expostas no ambiente on-line entre os meses de janeiro e novembro de 2021. No final do ano passado, um hacker anunciou a comercialização do que supostamente são dados de 400 milhões de contas do Twitter. O criminoso chegou a pedir US$ 200 mil de Elon Musk, atual dono da rede social, para não vender os dados a terceiros. Caso seja confirmado, este é o maior vazamento da história da plataforma.
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Além dos vazamentos de dados, durante algum tempo algumas empresas utilizaram os dados dos seus clientes de forma errônea e de ética discutível. Percebendo o problema, em 2019, a União Europeia (UE) propôs uma regulação que visa garantir a proteção de dados individuais dos consumidores. Segundo o advogado Denis Farias, consultor jurídico em proteção e privacidade de dados, o regulamento europeu ocasionou um “efeito dominó” com outras nações.
“Passou a exigir que os demais países e as empresas que buscassem manter relações comerciais com a UE também deveriam ter uma legislação de mesmo nível que a Lei de Proteção de Dados Europeia (GDPR). Isso porque o Estado que não possuísse lei de mesmo nível passaria a poder sofrer algum tipo de barreira econômica ou dificuldade de fazer negócios com os países da UE. Considerando o contexto econômico atual, a maioria das nações, especialmente as da América Latina, não poderia deixar de se adequar à nova tendência mundial de proteção de dados pessoais por meio de legislação específica”, explicou o especialista.
Um ano depois da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira
A Lei Geral de Proteção de Dados, que entrou em vigor em 18 de setembro de 2020, é um marco legal que orienta e regula o uso, a proteção e a transferência de dados pessoais dentro do território nacional. A LGPD (Lei 13.709/2018) visa garantir maior controle dos cidadãos sobre suas informações pessoais, exigindo consentimento explícito para coleta e uso dos dados, e oferece opções para o usuário visualizar, corrigir e excluir suas informações, além de fazer com que as empresas adotem medidas de segurança da informação.
Para o advogado Denis Farias, a LGPD mudou a cultura do uso de dados pessoais pelas empresas e corporações, fazendo com que a legislação vale para os setores público e privado e para o terceiro setor. “Hoje as pessoas estão mais preocupadas em como tratar e armazenar dados pessoais. Todas as corporações devem se adequar e se manter atualizadas com suas políticas de privacidade de dados e sobre a segurança da informação dos dados dos clientes. Além disso, ainda há o cuidado com os dados dos colaboradores. As empresas começaram a perceber que os dados são dos clientes e elas apenas administram e usam, daí a necessidade de respeitar e cuidar bem desse novo ativo do século XXI”, afirmou.
O que fazer ao ter seus dados vazados?
O especialista explica que nesses casos é possível registrar ocorrência policial contra essa prática. “Em casos de vazamento de dados ou de compartilhamento não autorizado pode-se fazer uma ocorrência com a empresa perante a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, uma autarquia federal que tem a competência para fiscalizar e punir qualquer empresa por violação à lei geral de Proteção de Dados”, garantiu.
Como proteger seus dados nas redes sociais e aplicativos em geral?
- Evitar conectar perfis sociais a outras contas
- Evitar fornecer os contatos da agenda;
- Desativar a localização em tempo real;
- Limitar os anúncios personalizados;
- Uma forma de proteger a sua conta é manter as configurações de segurança e privacidade em dia e atualizadas;
- Revisar os dados de contato;
- Ativar a verificação em duas etapas;
- Criar senha forte e única, entre outras ações para se sentir mais protegido.
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