Cresce a procura por energia solar em Castanhal
Consumidores buscam por economia e conforto dentro de lares e empresas
Com os crescentes aumentos na conta de energia elétrica, a procura por energia solar, limpa e mais barata, vem se popularizando e se espalhando pelo país. É um novo momento para o uso da energia solar e aos poucos, as placas chegaram aos telhados dos lares brasileiros.
A conta de luz ainda compromete uma parcela considerável da renda mensal e ter um central de ar nos quartos e outros aparelhos elétricos, como máquina de lavar roupa e fritadeira elétrica é o sonho de muitos, como conta a servidora pública Carla do Socorro Brito, que pretende aderir a energia solar em 2024.
“Hoje temos somente ventiladores e tanquinho para lavar as roupas, mas já estou cansada e quero ter um pouco mais de conforto. Eu economizo ao máximo e mesmo assim ainda vem uma conta alta e por isso estou adiando o sonho de ter uma boa central no meu quarto e na sala. Porém em 2024 vou colocar as placas solares em casa”, contou.
Para Juliano Ferreira, o CEO de uma empresa de energia solar em Castanhal, a crescente procura pela energia mais barata reflete a conscientização da crise energética atual do pais.
“Hoje as pessoas estão mais conscientes do problema energético e antes elas não tinham ciência de que ele exista. Ninguém aguenta mais pagar altas taxas por conta de um inflação energética que é mais alta que a inflação do país. Nesse ano tivemos mais de 15% de aumento na conta de energia”, explicou.
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Juliano conta que há cinco anos, quando a empresa surgiu no município, começou com pouco mais de 20 clientes e hoje tem mais 500.
“Um crescimento que reflete a mudança que todo brasileiro quer ter. Energia de qualidade, conforto com muita economia. De 2018 para cá estamos com mais de 500 projetos homologados pela Equatorial. E quando chegamos aqui o nordeste do estado existiam três empresas no setor”, contou Juliano Ferreira.
O CEO lembra que no começo do empreendimento foi chamado de louco por investir em algo que poucas pessoas conheciam.
“Era o que eu ouvia. Você é louco. Quem vai querer ter energia solar em casa? Isso é muito caro. Mas o cenário mudou e é um mercado promissor e muitas empresas surgem a casa momento”, relembrou.
Facilidades
Um outro fator importante que faz com que aumente a procura pelo uso a energia solar é a facilidade de financiamentos bancários para a aquisição do projeto. Em outubro o Sistema de Crédito Cooperativo – Sicredi anunciou que superou a marca de R$ 1 bilhão de saldo em carteira nos estado do Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Roraima e algumas cidades de Goiás. Em todo o país, o saldo passa de R$ 5,8 bilhões. Um termômetro dessa busca por financiamentos para energia solar é o salto registrado no saldo em quatro anos, quando o valor quase quadruplicou na região. Passou de R$ 258,1 milhões em 2020 para R$ 1,024 bilhão em 2023, uma expansão de 296%.
No Pará, o valor do saldo aumentou quatro vezes, ao pular de R$ 28,7 milhões para R$ 125,9 milhões no mesmo intervalo, alta de 337,7.
“Hoje temos facilidades como parceiros bancários e o cliente pode parcelar a projeto de 12 a 84 vezes e esse valor fica bem parecido com o que ela já paga de energia. O cliente faz então uma troca, ou seja, ao invés de pagar a conta de energia, paga a conta do equipamento. No final de tudo ficarão apenas os tributos, como o da iluminação pública”, explicou Juliano Ferreira.
Geração de energia elétrica no Brasil
A geração de energia elétrica por fonte solar é uma fonte renovável e inesgotável de energia, não é poluente, exige pouca manutenção em suas centrais de produção e já é a 2ª principal matriz energética brasileira, respondendo por 15,4% da geração, atrás apenas da hídrica que detém 50,1% do volume total de energia gerada no País.
Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que em setembro, o Brasil tem uma potência instalada de 33,7 gigawatts, sendo 23,364 GW de geração distribuída (69%) e 10,393 GW de geração centralizada (31%). Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a potência instalada era de 18,6 GW, a evolução é de 81%, o que comprova o cenário promissor para este segmento.
Quando considerada a classe de consumo, o levantamento da Absolar indica que as residências detêm a maior fatia da potência instalada, com 11,4 GW (49%), seguidas por comércio e serviços com 6,5 GW (28%), pela classe rural com 3,4 GW (14%), e industrial com 1,6 GW (7,1%).
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