Veja quais são os benefícios da corrida de rua para idosos

Conheça a história do Seu Reis, 73 anos, e da dona Luiza, de 65 anos. Atletas de Castanhal que colecionam medalhas e esbanjam vitalidade

Patricia Baía / O Liberal
fonte

“A corrida de rua salvou a minha vida. Eu passei a gostar de mim e tudo começou a ter sentido novamente”, disse a dona Luiza Leal de 65 anos, que desde 2021 pratica corrida de rua. Dona Luiza era sedentária e a única atividade que costumava fazer era a caminhada de Castanhal até Belém, pela Romaria de Nossa Senhora de Nazaré, no mês de outubro. “Caminhei por 25 anos e era a única atividade que fazia. Hoje eu continuo indo até Belém na época do Círio, mas é correndo”, contou.

VEJA MAIS

image Idosos na universidade reforçam o direito do acesso à educação
Em tramitação no Senado Federal, proposta pretende criar cota para idosos em universidades federais

image ​Governo do Estado investe em ações voltadas ao bem-estar dos idosos paraenses
Cerca de 20% do público atendido nas ​Usinas da Paz é composto por idosos

image Saúde dos idosos: saiba como evitar acidentes domésticos
Medidas simples ajudam no deslocamento

Dona Luiza começou a correr por incentivo do irmão. Uma semana depois já encarou o convite para participar de uma corrida de nove quilômetros na então estrada de terra (hoje já asfaltada) que dá acesso a agrovila de Macapazinho.

“Eu quase não chegava, mas não desisti porque sabia que ia dar conta, afinal já era acostumada a ir a pé para Belém. Então consegui completar o percurso com sucesso e senti logo vontade de marcar outra prova. Desde então não parei mais de correr”, enfatizou.

A prática da atividade física mudou totalmente a vida da dona Luiza, que passava por um momento delicado na vida, quase em depressão quando começou a correr. “Meu irmão me via quase em depressão, sem vontade de nada e me incentivou a correr com ele. Na época eu estava sentindo muito a falta do meu filho que tinha ido morar na França e também tinha passado por uma grande decepção. Esses problemas estavam me paralisando e eu não queria mais nem sair de casa”, relembrou a atleta.

Dona Luiza conta que tem bastante energia e é bastante saudável. Ela treina quase todos os dias de sete a dez quilômetros correndo. “Eu acordo 5h da manhã e já saiu para treinar. Depois já sigo para a feira para comprar o material para a produção das marmitas que vendo. Tem dias que treino a tarde e aproveito para parar na volta pela praça do Cristo e tomo uma água de coco. Gosto de correr sozinha”, contou.

A atleta coleciona 107 medalhas e alguns troféus por diversas corridas. Mas a mais aguardada ainda está por vir. “Meu sonho é participar da maratona da São Silvestre (em São Paulo). Sei que ainda ire realizar esse grande sonho”, observou.

A outra paixão um pouco mais recente da corredora é o pedal. Ela faz parte de grupos de pessoas que costumam fazer longos passeio de bicicleta.

Já o seu Reis Seabra, de 73 anos, eletricitário aposentado, conta que desde criança era ativo. “Eu nasci no Marajó e a minha infância era andar longas distâncias, remando e montando em cavalo. E quando vim morar em Belém, já adulto, procurei logo uma academia pra ter uma formação básica para me ajudar na preparação pra a prova da Aeronáutica. Eu servi quatro ano e a corrida fazia parte do treinamento físico e fui criando gosto por correr e não parei mais”, contou.

Seu Reis é aposentado e conta que paralelamente a corrida de rua, faz a musculação para fortalecimento da musculatura. “Meu treino começa as bem cedo de segunda a sábado intercalando corridas longas e curtas e alterando a velocidade também. Tudo isso com planilha montada por meu filho que é professor de educação física”, disse.

image Seu Reis, de 73 anos, eletricitário aposentado, pratica musculação. (Patrícia Baía / O Liberal)

Já são mais de 400 medalhas conquistadas ao logo da carreira, além de diversos troféus, mas seu Reis tem um carinho especial pela medalha da sua participação na maratona de São Silvestre.

“A São Silvestre tem um valor e uma representação muito especial para qualquer corredor e ter participado dela com mais 60 anos é melhor ainda”, destacou.

Para o corredor, além de saúde e disposição a corrida proporciona um bem estar chamado alegria.

“As pessoas falam que eu estou sempre de bem com a vida, com sorriso no rosto e eu explico que isso tem a ver com a corrida. Ela me proporciona uma paz e uma alegria que acaba me deixando sempre zen”, observou.

O educador físico Aldo Barbosa, trabalha há cerca de 10 anos com a preparação física de idosos e explica que o primeiro benefício que a atividade agrega a vida de uma pessoa idosa é a autoestima.

“Já é uma fase que ele está perdendo muitas coisas, como a força e a prática de um exercício ou esporte traz isso de volta e com isso a autoestima melhora bastante. E treinar e se movimentar tem ser para a vida toda. Dessa forma os idosos conseguem ter mais qualidade de vida até o último dia de vida porque tudo melhora”, explicou.

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ