Conselho Regional de Nutricionistas publica orientações voltadas à assistência nutricional indígena

Nesta quarta-feira (19), data em que se celebra o Dia Nacional dos Povos Indígenas, o CRN-7 disponibilizou o material está disponível online e gratuitamente

O Liberal
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O quadro de desnutrição enfrentado pelos povos indígenas que habitam a Terra Yanomami — além da crise sanitária — que veio à tona em janeiro de 2023, mobilizou a Gestão do Conselho Regional de Nutricionistas da 7ª Região (CRN-7) a solicitar a produção de uma publicação de apoio técnico para garantir que as atividades de acompanhamento e assistência nutricional sejam realizadas de forma segura e competente pelos nutricionistas interessados em trabalhar com populações indígenas — que enfrentam problemas relacionados à doenças crônicas, como apontam especialistas. Nesta quarta-feira (19), data em que se celebra o Dia Nacional dos Povos Indígenas, o CRN-7 disponibilizou no site do conselho a publicação “Atuação do Nutricionista na Saúde Indígena”. O material está disponível para download de forma gratuita.

Com gráficos, tabelas e ilustrações, o trabalho foi elaborado pelo CRN-7 — responsável por orientar e fiscalizar o exercício da profissão em seis Estados do Norte do Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima — com base nas referências disponíveis no Ministério da Saúde, na Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e artigos científicos, complementadas com informações de profissionais que atuam na área. 

A nutricionista Thaís Granado, conselheira e coordenadora da Comissão de Formação Profissional do CRN-7 reforça que a situação dos povos Yanomamis foi o ponto de partida para a realização do projeto. “Como o órgão responsável pela fiscalização e no apoio na formação do nutricionista, entendemos  que precisávamos prestar alguma orientação aos profissionais que atuam ou pretendem atuar nessa área”, explicou Thais.

Além de Thaís, a nutricionista Rahilda Tuma, também conselheira, é coautora da publicação. A nutricionista Talita Guedes, nutricionista do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins (PA), também foi convidada para ajudar a produzir o material. “No processo de elaboração, ficou ainda mais evidente a falta de materiais que abordam a atuação do nutricionista na atenção à saúde dos povos indígenas. Até o momento não tínhamos nenhum desse tipo”, comentou Talita.

Necessidade

Talita atua na Saúde Indígena há 12 anos. Para ela, a publicação reforça a necessidade do nutricionista nas comunidades indígenas, pois o trabalho desse profissional é essencial na prevenção de doenças e na promoção e recuperação da saúde. “Baseado na minha experiência e locais que atuo, posso dizer que temos hoje cenários pontuais de insegurança alimentar que precisam de um olhar diferenciado e atento dos profissionais. Outro problema é o aumento de indígenas com doenças crônicas como hipertensão e diabetes”, frisou Talita.

“Fomos atrás de dados oficiais, de fontes confiáveis, e a Talita conseguiu boa parte dessas informações, por isso, ter alguém com essa vivência profissional foi fundamental”, reforça Thais Granado. “Esperamos que os nutricionistas se apropriem dessas informações - que estudem mais, que conheçam mais sobre a saúde indígena, visto que nas Instituições de Ensino Superior esse tema não é muito debatido. Esperamos que novas portas sejam abertas aos profissionais, e que caso essas oportunidades surjam, com reformulação das políticas públicas, o profissional esteja preparado para atuar com esse material como Norte”, finalizou a nutricionista.

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