Conselho Regional de Medicina do Pará orienta médicos sobre falta de medicamentos
Médicos devem pensar em esquemas alternativos que não comprometam tratamento do paciente
Por causa da falta de medicamentos, o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) orienta os médicos a tentar pensar em esquemas alternativos que não comprometam o tratamento dos pacientes. Na terça-feira (19), o Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) emitiu uma nota também com orientações para driblar o desabastecimento de medicamentos nas farmácias.
No comunicado, a entidade aconselha os pacientes a pedirem aos médicos medicamentos alternativos no momento da consulta. Nesta quarta-feira (20), e em entrevista à Redação Integrada, o diretor do CRM-PA, o oftalmologista Lauro Barata, comentou o assunto. “Em nome do Conselho, as orientações que nós damos para os médicos são as seguintes. Primeiro: verifiquem os medicamentos que estão em falta para tentar pensar em esquemas alternativos que não comprometam o tratamento dos pacientes. Que não haja nada que vá trazer nenhuma consequência para o desenrolar do tratamento do paciente”, afirmou.
Ele acrescentou: “Também orientamos que os médicos usem, na maior parte dos casos, a base medicamentosa, farmacológica, porque, através da base do medicamento, mesmo que não tenha aquele medicamento com o nome comercial, que o paciente está acostumado a usar, ele vai usar algum outro medicamento cuja base farmacológica, medicamentosa, trará o mesmo efeito”.
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80% das cidades estão enfrentando algum nível de desabastecimento de medicamentos e insumos de saúde, aponta pesquisa
Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) junto a 2.469 prefeituras do Brasil mostra que 80% das cidades estão enfrentando algum nível de desabastecimento de medicamentos e insumos de saúde. Em quase 60% dos municípios, não há previsão de normalização dos estoques. Na região Norte, apenas 89 de 450 prefeituras questionadas responderam à pesquisa.
A CNM sugeriu às prefeituras que alegaram problemas de insuficiência de medicamentos que pudessem elencar os tipos de remédios em falta. Os produtos compõem a lista básica de uma relação pré-estabelecida na pesquisa. Nesse contexto, a falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% (1.350) dos municípios. A ausência de Dipirona (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) na rede de atendimento municipal foi apontada em 65,6% das respostas (1.302 cidades).
A escassez de dipirona injetável foi relacionada por 50,6% dos municípios pesquisados, e da prednisolona - utilizada no tratamento de alergias, distúrbios endócrinos e osteomusculares, bem como de doenças dermatológicas, reumatológicas, oftalmológicas e respiratórias - indicada por 45,3% das cidades. A maioria dos gestores (44,7%) informou que a falta dos medicamentos costuma se estender por um período que varia de 30 a 90 dias, enquanto 19,7% relataram que o problema já se tornou crônico, ultrapassando os 90 dias.
Sesma e Sespa divulgam notas sobre a falta de medicamentos
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que a falta de medicamentos (antibióticos, analgésicos e antialérgicos, dentre outros) é um problema de amplitude nacional que decorre da redução de produção dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs) pela China e das dificuldades de importações em consequência da guerra na Europa. "A Sesma trabalha junto aos fornecedores no sentido de garantir a regularidade do abastecimento de medicamentos e insumos médico hospitalares, apesar da crise mundial de produção", afirmou.
Nesta quarta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que “a possível falta deve ser apurada junto aos municípios, pois conforme informado na nota anterior, esses medicamentos não são de responsabilidade do Estado e sim dos municípios”.
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