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Complexo de feiras é o coração pulsante da Cidade Modelo

São mais de 3 mil m² que englobam o mercado de carne, de peixe fresco, peixe salgado, hortifruti, farinha, shopping popular e a Ceasa

Patrícia Baía

São 3,500 m² que englobam o mercado de carne, de peixe fresco, peixe salgado, hortifrutis, farinha, shopping popular e a Ceasa. No complexo de feiras trabalham cerca de 700 permicionados. Um mundo de cores, aromas e sabores que é considerado o coração pulsante do município de Castanhal.

A feira, como em todo lugar, acorda cedo. As 3h da manhã já começa a movimentação e os primeiros a chegar são os vendedores de cheiro verde, couve e alface. Os comerciantes estendem os seus produtos ao longo da rua Paes de Carvalho, na conhecida popularmente por feira da pedra, e fica só um espaço bem pequeno para os carros e transeuntes passarem. O maço bem farto das verduras custam em média 2 reais e os compradores são além de comerciantes, as donas de casa que acordam cedo. As 8h da manhã, no encerramento, o preço começa a subir e passa para 5 reais e o local é liberado.

Um dos pontos “turísticos” da feira é a banca da venda de café com tapioca do seu Nazareno de Lima, com cerca de 40 anos de tradição. O feirante é um dos mais antigos do complexo e por dia chega a vender em torno de 300 tapiocas. De domingo a domingo o movimento não para e o local é frequentado por políticos, empresários, trabalhadores da feira e o assunto predileto de quem não dispensa um bate papo com seu Nazareno é a política. “Tenho muito orgulho desses 40 anos porque além de ser um local para comer tapioca se tornou um ponto de bate papo entre amigos e o assunto principal é sempre a política. Em época de campanha os candidatos sempre passam por aqui e por isso já viramos um ponto tradicional de Castanhal”, contou.

image O famoso café com tapioca também é parte do cotidiano de quem frequenta o local (Patrícia Baía/ O Liberal)

Caminhar pelo complexo é encontrar além de produtos fresquinhos, muitas histórias de vida. Como a do jovem João Victor Cruz, de 25 anos, que cresceu frequentando a barraca de venda de coma e farinha de tapioca do tio e atualmente trabalha nela. “Eu cresci andando por aqui e acho um excelente lugar para trabalhar. Se me convidar para eu ir para outra feira para trabalhar eu não iria. Aqui tem de tudo e todo mundo se conhece. Um dos melhores lugares se Castanhal”, disse.

Walmir Teixeira, de 40 anos, é um dos vendedores de caranguejo mais antigos do Complexo e desde os 9 anos já circulava pelo local e aprendeu a comercializar o crustáceo com o seu pai que também era feirante. “Desde criança eu já vendia e essa feira significa tudo pra mim. Foi trabalhando aqui que eu ajudei a minha mãe em casa, criei meus filhos e hoje estão adultos e empregados. Aprendi tudo com pai e tenho muita gratidão por este lugar”, contou o feirante.

image Frutas e legumes fazem parte do cenário (Patrícia Baía/ O Liberal)

Produtos da feira têm mais qualidade

Há mais de 20 anos que a dona de casa Suely Santos, de 60 anos, frequenta uma vez por semana o complexo de feiras para comprar os alimentos fresquinhos para a sua família. Um abito que adquiriu com a sua mãe e que faz questão de não mudar. “Eu sei que os supermercados tem de tudo também e a qualquer hora, mas é na feira que encontro o melhor preço e tudo bem fresquinho o que garante a qualidade do alimento que vou servir para a minha família. Eu cresci comendo o que minha mãe comprava na feira e criei meus filhos assim também com tudo mais saudável”, contou a dona de casa.

De acordo com o secretário municipal de infraestrutura, Manoel Furtado, 70% das frutas, verduras e legumes comercializados na feira são oriundos da agricultura familiar. “Elas são agricultores das nossas agrovilas e o restante vem de municípios circunvizinhos como São Francisco do Pará, Terra Alta e Inhangapi”, explicou.

image Roberto Pereira vende camarão há 20 anos na feira de Castanhal (Patrícia Baía/ O Liberal)

Administrar uma das maiores feiras do estado e um grande desafio para o município, como explica o secretário. “Nosso município cresce cada vez mais e neste mês completa 91. Os desafios são muitos para realizar principalmente o trabalho de ordenamento, como por exemplo com os vendedores da feira da pedra. Eles começa a vender as 3h da manhã e as 8h as nossas equipes de fiscais suspende esse trabalho e ficam funcionado só as bancas normais e eles voltam somente no outro dia. Mas estamos trabalhando em prol de todos os trabalhadores e frequentadores das feiras. Nós recebemos diariamente um fluxo muito grande de pessoas de diversos municípios. A feira não para nuca”, contou Manoel Furtado.

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