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Cinco casais de ararajubas são recebidos no Parque do Utinga para reintrodução da espécie na região

Espécie é ameaçada de extinção. Novos habitantes do parque se juntam a outras 27 ararajubas que já habitam a área em liberdade

Victor Furtado
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O Parque Estadual do Utinga Camillo Viana, em Belém, recebeu cinco casais de ararajubas. As aves foram aprovadas nos exames físicos, sanitários e comportamentais, para a etapa II do projeto Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Áreas Protegidas da Região Metropolitana de Belém. As aves vêm do viveiro da Fundação Lymington, sediada em Juquitiba (SP), instituição parceira do Ideflor-Bio no projeto. As ararajubas são uma espécie ameaçada de extinção, incluídas tanto na lista estadual quanto federal. 

"Celebramos o início da segunda etapa, com a chegada das aves, oriundas da Fundação Lymington. Reconhecemos a expertise adquirida pelo Instituto ao longo da execução do projeto, que subsidiará os importantes passos para uma população de ararajubas geneticamente viáveis, composta por um processo que envolve a adaptação dessas aves ao novo ambiente, onde mais facilmente aprenderão a sobreviver na natureza, quando reintroduzidas no habitat natural", conta a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

Crisomar Lobato, diretor de Gestão da Biodiversidade, explica que a etapa II do projeto vai complementar a população de 27 ararajubas que já estão soltas no Parque do Utinga. "Chegaram cinco casais para que possamos adaptá-las e treiná-las e, no futuro, possamos soltar, repovoando a região metropolitana de Belém com os espécimes", explicou. Essa etapa contará com o auxílio de rádios transmissores para o monitoramento das aves e mapeamento das rotas de deslocamento das ararajubas.

image Outras 27 ararajubas já estão em liberdade no parque do Utinga (Kleber José / Ascom Ideflor-Bio)

Marcelo Vilarta, biólogo de campo do Projeto Ararajubas, explica que o projeto começou a partir da Fundação Lymington, criado por dois estadunidenses que vieram morar no Brasil e passaram a criar animais numa propriedade rural em Juquitiba. "O trabalho começou com dois casais de ararajubas que receberam de apreensões pelo Ibama. A intenção deles era devolver esses animais ao destino de origem e no caso, a ararajuba ocorre principalmente no Pará. Em Belém, a ararajuba já não era vista há mais de 100 anos, em função de caça, captura e desmatamento. Em contato que a Fundação fez com o Ibama e Ideflor-Bio, foi estabelecida uma parceria para restabelecer essa espécie a essa área onde elas já ocorreram", frisou.

Luis Fábio, presidente da Fundação Lymington, destaca que fundar uma população autossustentável de um animal extinto em uma região é um desafio imenso. Por isso, tem sido tentado por cientistas e organizações governamentais e não-governamentais ao redor do mundo há bastante tempo.

"Para que as populações possam se estabelecer de forma consistente, uma série de etapas precisa ser cumprida, e uma das mais importantes é o reforço contínuo das populações que já foram reintroduzidas até que os índices de reprodução na natureza indiquem que este procedimento não é mais necessário. É dentro deste espírito que esta segunda fase do projeto se inicia. Novas aves, com uma nova carga genética, chegaram no Parque do Utinga, para incrementar a população que ali já existia desde a primeira fase do projeto. Os espécimes serão libertados em breve, e encontram-se agora no viveiro de aclimatação, onde receberão alimentos da floresta. Com isso, esperamos registrar novamente a reprodução das aves em liberdade, em breve", analisa.

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