Cerca de 5,5 mil caranguejos são devolvidos a áreas de mangue no Nordeste do Pará
Operação integra fiscalizações do período do defeso, quando multa chega a R$ 500 por crustáceo
Fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), militares do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e agentes das prefeituras dos municípios de Marapanim, Vigia, São Caetano de Odivelas e Santo Antônio do Tauá, no Nordeste do Pará, devolveram à natureza cerca de 5,5 mil caranguejos na manhã desta segunda-feira (25). A ação foi feita em respeito ao período do defeso, que protege a reprodução dos crustáceos.
Os caranguejos foram encontrados vivos. Estavam sendo transpostados em sacas para fugir da fiscalização. Alguns vendedores faziam o transporte durante a noite e de madrugada, mas mesmo assim foram encontrados por fiscalizações. A quantidade de crustáceos exigiu que eles tivessem que ser transportados em duas caminhonetes.
“Essa quantidade de caranguejos daria para fazer quase dois meses de vendas na minha banca”, calcula o feirante Raimundo Ribeiro, 44 anos, da feira do Tapanã. Os 5,5 mil caranguejos, nas suas mãos, poderiam ser transformados em 550 “cambadas”, como ele chama os paneiros vendidos com dez unidades cada.
PROTEÇÃO
De acordo com o major Isaac Roffé, do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), é muito importante garantir o ciclo de vida desses animais, o que garante "a continuidade da espécie e do equilíbrio ecológico". Roffé lembra que o
período de defeso deste ano foi estabelecido pelos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente ainda em 2017.
A proibição abrange os estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceara, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No decreto, ficou proibida a captura, transporte, beneficiamento, industrialização e a comercialização da espécie popularmente como caranguejo-uçá, durante a época da ''andada''.
“O Defeso é um período estipulado para a reprodução destes animais. Quem é flagrado fazendo a captura, transporte ou beneficiamento durante o período do defeso, sem ter autorização legal, pode ser autuado e obrigado a pagar multa que pode chegar a R$ 500 por crustáceo, além de ter a carga apreendida”, explicou Solange Chaves, diretora e fiscalização da Semas.
Os próximos ciclos de defeso do caranguejo estão previstos para o mês que vem, entre os dias 7 e 12 e de 21 a 26 de março. Este ano ainda deve ser realizada uma reunião entre os órgãos ambientais para que seja estipulado o calendário dos próximos dois anos.
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