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Castanhal: jovens se unem para salvar igarapé

O Coletivo Miri, da agrovila do Itaqui, realiza ações de preservação do igarapé Miri

Patrícia Baía
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Cinco jovens com idades entre 23 e 15 anos de idade tem um sonho em comum: salvar o igarapé da comunidade que no passado mergulhavam e brincavam. Hoje o igarapé Miri sofre com a degradação do meio ambiente causada pelo crescimento imobiliário e da própria comunidade, a agrovila do Itaki, localizada 12 quilômetros da zina urbana de Castanhal.

Desde 2016 os jovens Pedro Alace Lameira, 23, Thalia Souza,18 anos, Maria Matos, 18, Joana Lameira, 18 e Neusa Matos de 15 anos, formam o  Coletivo Miri, a ferramenta de conscientização e mobilização em prol da educação sócio ambiental da agrovila do Itaqui.

“Ele nasceu do ócio dos jovens de zona rural. A gente participava de uma quadrilha junina e essa quadrilha acabou e não tínhamos nada para apresentar na festa de aniversário da agrivila, então decidimos fazer um boi bumbá e demos o nome de Boi Miri e a partir de então ele se tornou um instrumento de mobilização cultural e mais tarde em 2020 o Coletivo Miri”, disse o Pedro Lameira.

No começo e até hoje, o Coletivo realiza mutirões de limpeza pelo rio Itaqui, que deu origem ao igarapé miri.

“A gente trabalha com a educação sócio ambiental. Realizamos oficinas, encontros e metodologia com as crianças e os jovens da comunidade que são o nosso principal público e multiplicadores das boas práticas ambientais”, disse Joana Lameira.

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As atividades são realizadas no antigo Clube de Mães, que deixou de existir e o local foi ocupado pelos jovens e seus sonhos de mudar de alguma forma a realidade da comunidade.

“Mas sonhamos em ter uma sede própria com biblioteca, sala de informática. A gente sonha muito. A gente observa que temos muitos problemas além do ambiental, como a falta de assistência a saúde e transporte público, mas somos tão pequenos e não conseguimos fazer muita coisa”, disse Thalia Souza.

Os jovens começam a exercer autoridade na comunidade. Em uma caminhada com eles, vestidos com a camisa do coletivo, deu para perceber que as pessoas os cumprimentam e até convidam para conversar diversos assuntos referentes a comunidade.

image Igarapé Miri é opção de laser da criançada da comunidade 

Expedição

Com o passar dos anos o rio Itaqui e o igarapé miri começaram a diminuir de volume e as lembranças dos banhos com mergulhos ficaram na memória dos jovens.

“Esse igarapé faz parte da nossa infância. Uma hora dessas de calor a gente estava lá, mas hoje ele é quase um córrego, a água bate na canela.  O assoreamento está muito grande e a gente tenta amenizar de alguma forma”, comentou Neusa Matos.

Uma das formas foi investigar o que estava acontecendo com as nascentes do rio que alimenta o igarapé.

“Fizemos uma expedição pela região e percebemos que eram 11 nascentes e hoje só tem três vivas. A maioria ficava dentro de propriedades particulares, que são fazendas e isso gera um impacto muito forte. Percebemos também que as pessoas estão comprando terrenos e neles passam o igarapé e eles estão o transformado em piscina natural e essa prática prejudica. Já protocolamos alguns ofícios cobrando um posicionamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas não tivemos retorno”, disse Joana Lameira.

Premiação

E o coletivo está ficando famoso. Thalia Souza, foi a única jovem da região norte a ser selecionada para concorrer ao prêmio Jovem Transformador 2023 da ong internacional Ashoka, maior rede de empreendedores sociais do mundo, presente em mais de 100 países. O projeto inscrito foi o trabalho realizado no Coletivo Miri.

“Fui reconhecida como jovem transformadora da Ashoka. Foram várias entrevistas no Rio de Janeiro com jornalistas, professores e várias pessoas do âmbito da educação e do meio ambiente e lá eu fui reconhecida durante o Festival Led (Luz na Educação), no Museu do Amanhã”, contou.

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