Castanhal é reconhecida por esforços para a eliminação da transmissão da sífilis congênita

O município é o único da região Norte a receber o selo de boas práticas do Ministério da Saúde

Patrícia Baía
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O município de Castanhal foi o único da região Norte do país a ser contemplado com o selo de boas práticas no enfrentamento a sífilis congênita. A premiação será realizada em Brasília, no mês de dezembro. O selo é o reconhecimento do Ministério da Saúde pelos esforços do município para a eliminação da transmissão da doença.

As categorias dos selos foram divididas em ouro, prata e bronze, conforme o alcance dos indicadores e metas de processos para a certificação, conforme o Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis, do Ministério da Saúde (MS).

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Em 2021, o Departamento de Vigilância em Saúde de Castanhal lançou o Plano Municipal de Enfrentamento da Sífilis Congênita com objetivo de reforçar as ações de combate à doença, que afeta as pessoas que possuem infecções sexualmente transmissíveis, gestantes ou não e bebês.

“Iniciamos um número de testagens alto. Conseguimos diagnosticar mais, tratar mais e prevenir mais. E isso chamou a atenção do MS e por isso vamos receber o selo bronze. O plano foi realizado para diminuir o número de mortalidade precoce. Os números eram pequenos, mas como a meta do MS é zerar as mortes de bebês, resolvemos focar para atingir a meta”, explicou o coordenador da Vigilância em Saúde de Castanhal, Herlly Eleres.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) sistêmica, de evolução crônica, causada por uma bactéria gram-negativa (espiroqueta) Treponema pallidum. A doença é exclusiva do ser humano e é curável. Se não tratada, pode evoluir para formas mais graves ao longo de muitos anos, costumando comprometer especialmente os sistemas nervoso e cardiovascular.

Em gestantes, se não tratada, pode levar a desfechos como aborto, natimorto, baixo peso, prematuridade e recém-nascido com sífilis congênita. A doença pode resultar em alterações no desenvolvimento do bebê, comprometimento neurológico com déficit intelectual, deficiência visual, auditiva, alterações ósseas e dentição. A doença continua sendo considerada pela OMS como um problema de saúde pública mundial.

“A partir do fortalecimento da educação permanente em Castanhal para o enfrentamento da sífilis congênita, observou-se que no ano de 2021, ocorreu aumento dos casos positivos da sífilis em adultos e gestantes comparado aos anos anteriores: 2018 (146 casos), 2019 (180 casos), 2020 (139 casos) e 2021 (194 casos).  Nesse último por sua vez, constatou-se uma diminuição de 26% dos casos de sífilis congênita referente ao ano de 2020, os resultados demostrando impacto positiva para redução da transmissão vertical”, observou o coordenador da Vigilância em Saúde de Castanhal, Herlly Eleres.

Indicadores

Além dos esforços para a eliminação da transmissão da sífilis congênita, o município também se destacou em outros indicadores das ações de vigilância como o controle das doenças transmissíveis e da tuberculose. As ações resultaram em uma premiação no valor de 367 mil reais.

“Esse valor é uma espécie de bônus que já foi determinado pela nossa secretária de saúde a destinação”, disse Herlly Eleres.

O foco do Departamento de Vigilância em Saúde está sendo as testagens e controle dos novos casos de HIV que vem aumentando em Castanhal, como explica o coordenador.

“Esse recurso será usado para as ações de controle do HIV. A cada dois dias surge um novo caso de aids. De janeiro a junho registramos sete óbitos por HIV e isso é muito preocupante. 70% são pessoas do sexo masculino. Então já começamos as ações que são testagens, trazer à tona para a mídia a situação. Antes era só em um local que fazia a testagem e agora estamos ampliando para nove, além disso os farmacêuticos irão em breve fazer a testagem e não só os enfermeiros.  Quanto mais gente testada, menos gente contaminada”, explicou Herlly Eleres.

 

 

 

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