Carro atolado na praia de Salinas? Saiba o que fazer
Situações pedem ação de profissionais e equilíbrio para evitar perda total do veículo
O carro ficou atolado na praia de Salinas? Nas festas de fim de ano, cenas de condutores de veículos enfrentando situação de carros atolados no nordeste paraense são comuns e viralizam com frequência.
Mecânicos de auto-center em Belém destacam que, dependendo de cada caso, nem tudo está perdido. Demóstenes Guerreiro, gestor da Auto Center Especialista, destaca que tão logo a situação ocorra, o primeiro passo é providenciar uma "senhora" lavagem do carro, para evitar a corrosão provocada pela água do mar.
"O problema é a água cobrir o motor, porque aí atinge os componentes eletrônicos do veículo e queima essa parte do carro, que tem um custo muito alto", observa.
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Evite tentar ligar o carro atolado
Outra situação destacada por Demóstenes é a de calço hidráulico. Os carros atuais aspiram o ar, e quando ocorre a aspiração de água, tranca-se o motor. Nesses casos, não se tem mais recuperação. "Quando acontece uma situação de o carro atolar na praia, o veículo está com o motor desligado, então, não se deve ligá-lo neste momento, mas somente depois de se lavar o motor, trabalhar óleo, filtros e outros itens. Ele não pode aspirar água, porque fica perdido", enfatiza Demóstenes.
João Guedes, da Guedes Auto Center, no bairro da Pedreira, explica que quando a água entra no motor ou em câmara de combustãom isso provoca a perda de algumas peças internas dessa estrutura central do carro. A água, quando entra pela parte interna do carro, acaba molhando alguns módulos. “Se na hora em que você ligar a chave do carro e não queimar, mas com a umidade, ele pode futuramente danificar algum módulo eletrônico do veículo”.
No caso de uma camionete, o prejuízo do motor atingido pela água, dependendo do caso, varia em geral entre R$ 40 mil a R$ 50 mil. Já em um carro popular, é de R$ 15 mil a R$ 18 mil.
Os efeitos da água salgada, além de travar e comprometer de vez a vida útil do motor, abrange a corrosão da lataria e outros elementos do veículo. "Quanto mais tempo permanecer em contato com a água, maior o estrago no carro". Demóstenes Guerreiro ressaltou que não apenas a água salgada pode comprometer o carro, mas a água da chuva nas vias de Belém.
Reparação é possível
João Guedes destaca que cada caso é um caso em situações de veículos atolados em praia. “Se o carro não tiver muito componente eletrônico, que geralmente os carros mais modernos têm, ainda há reparação, porque o valor não vai chegar tão alto. Mas quando o carro tem muito componente eletrônico, é perda total, porque o valor fica tão alto que não compensa fazer mais a reparação no veículo”.
Na parte mecânica, o responsável pelo veículo enfrenta a situação de não funcionar o carro, ter de levá-lo a uma oficina de confiança, para que seja feita a drenagem de todos os óleos do câmbio, do motor, diferencial e lubrificar alguns pontos que tenham sido acometidos por água salgada. Nesse caso, tem que se fazer uma reparação bem feita e ainda uma lavagem perfeita, porque tem que se retirar todos os resíduos de sal, como pontua Guedes.
O sal em contato com o metal cria a corrosão, estragando a lataria do veículo. “Isso em alagamentos pequenos. Eu já vi casos nos quais a maré vem com tanta força que ela acaba amassando toda a lataria do veículo. Nesse, é praticamente perda total”, salienta.
A água com areia pode ingressar em alguns pontos nos quais naturalmente não entraria. “Como o carro fica parado dentro da água, ela acaba entrando em alguns rolamentos da roda, do motor, e que andando com o carro não iriam entrar, mas como ficou parado ali dentro da água, pode ser que entre água com areia e danifique ao longo do tempo”, observa.
Prevenir é o melhor remédio
A melhor forma de se prevenir acidente de carro atolado na areia de praia, se levou o veículo para este espaço e a água entrou de alguma forma no veículo e se conseguiu tirar o carro de lá, deve-se acionar um mecânico – se conseguir desligar a bateria do carro, melhor ainda. Não se deve ligar a ignição, nem tentar ligar o motor antes de o mecânico fazer a reparação.
“A outra situação que eu já vi acontecer é da pessoa estar tentando sair da água ali e encontra um córrego, é o que acontece muito em Salinas. Ou você atolou ali na areia ou você já está saindo da areia e encontra um córrego, e córrego está geralmente um pouco mais fundo que o nível da água normalmente ali na praia. Aí você tenta passar rapidamente, e o motor acaba aspirando água para dentro dele. Aí, você acaba quebrando o motor, e aí acontece o pior”, orienta Guedes.
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