Câncer de próstata: castanhal desenvolve ações voltadas para a prevenção e diagnóstico precoce
No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca)
O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
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A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
O mês de novembro simboliza a luta contra o câncer de próstata e a conscientização de um diagnóstico precoce. O município de Castanhal planejou ações voltadas à prevenção e ao diagnóstico precoce da doença. Como explica o coordenador da saúde do homem, Kelson Ferreira.
“Foi criado o Plano de Ações para o Novembro Azul 2022 com o tema “Homem que se cuida, vive mais!”. Chamando a atenção dos castanhalenses para importarem-se com a sua própria saúde e buscarem nos serviços ofertados pelo SUS , que é um suporte ao combate ao câncer de próstata e as outras doenças. Vale ressaltar que o título foi o mesmo lançado pela SESPA e que teve a adesão pelo município de Castanhal como uma forma intersetorializada e integrada de colocar a Atenção Integral à Saúde do Homem utilizando toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS)”, explicou.
As ações propostas no plano de ações da campanha serão executadas o mês todo nas unidades de saúde com atendimentos individuais e coletivos possibilitando a realizações de ações estratégias para diagnósticos de casos. “Estamos com ofertas do serviço nas unidade de saúde com acolhimento, consultas médicas, atendimentos de enfermagem, odontológicas, atendimentos dos profissionais do e-NASF (equipe ampliada do Núcleo de Apoio à Saúde da Família), da Academia da Saúde pelos educadores físicos e nutricionistas, ações nas empresas com oferecimento de serviços. Além de busca ativa de diagnósticos precoce de CA de próstata”, disse.
Segundo o Painel de Monitoramento do Ministério da Saúde do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o município de Castanhal apresentou de 2014 a 2022 um índice de 3 mortes por ano decorrentes do câncer de próstata. “Agora se formos comparar com o câncer de pênis, que é mais raro de se ter, observa-se que nessa série histórica houve mortes somente nos anos de 2014, 2015 e 2020 com uma morte em cada ano. Em 2022 foram duas mortes em castanhal por esse câncer, que pode ser evitado somente tendo o hábito de higiene de lavar-se o pênis com agua e sabão”, disse o coordenador Kelson Ferreira.
Somente em 2022, Castanhal já registrou oito casos de óbito por câncer de próstata. Desses, quatro foram na faixa etária de 80 anos e mais, e os outros casos de morte por CA de próstata estavam na faixa de 70 a 79 anos. Comprovando que acomete mais a população masculina idosa. “Mas isso não quer dizer que não aparece nas outras faixas etárias, pois tivemos casos de morte em Castanhal entre as faixas etária de 50 a 59 anos em 2018 e 2019 de um caso/ano, e, na faixa etária de 60 a 69 em 2019 de quatro casos de morte, já em 2020 de duas mortes e mais uma em 2021 do CA de próstata”, explicou o coordenador da saúde do homem.
Diante disso, pode-se concluir que Castanhal está entre aqueles municípios do Brasil em que a estatística diz morrer um homem a cada 38 minutos. “Precisamos mudar a estatística e melhorar com ações estratégicas e voltadas a essa população que precisa mudar os hábitos, diminuir ou erradicar o preconceito de que “homem que é homem não adoece” e de que “homem tem que tomar conta da família e das contas”. Ele deve e pode se cuidar. Existem direitos para todos e reponsabilidades que precisam ser compartilhada ou solidária. Vamos fazer valer o direito de se cuidar mais e assim viver mais e melhor”, disse Kelson Ferreira.
Riscos
Os fatores de risco para o câncer de próstata envolvem hábitos e características que podem tornar o homem mais vulnerável ao desenvolvimento da doença. Como em outras enfermidades, estes fatores podem ser modificados pela adoção de bons hábitos no dia a dia como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos. No entanto, outros fatores de risco para o câncer de próstata ainda não podem ser mudados, como a idade e hereditariedade.
“O histórico familiar, alterações genéticas, exposição ocupacional a agente nocivos e cancerígenos, inflamação da próstata ou prostatite podem ser associados a um risco aumentado de câncer de próstata. Além do que tem a idade. As chance de ter câncer de próstata aumenta rapidamente após os 50 anos. Aproximadamente 60% dos cânceres de próstata são diagnosticados em homens com mais de 65 anos”, explicou o coordenador da saúde do homem.
Como fazer com que a conscientização a prevenção do câncer de próstata não se restrinja somente ao mês de novembro?
“Para se alcançar a Política Nacional da Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH) não se pode pensar só no mês de novembro, é claro, como ações a serem executadas a esse público. Mas o novembro é um ciclo do calendário de Saúde do Ministério da Saúde em que se intensifica as ações na Saúde do Homem, especificamente voltado ao câncer de próstata”, disse
Segundo o coordenador da saúde do homem alguns fazem com que o homem não procure tanto os postos de saúde, diferentemente da mulher. Dentre eles estão o horário de trabalho coincidir com o horário dos postos de saúde e o não incentivo de alguns empregadores à prevenção e cuidados ao diagnósticos precoce da doença. “Por isso precisamos pensar em estratégias como o pré-natal do pai que é voltado ao companheiro da gestante e no memento em que estiver acompanhando-a poderá ser consultado, promovendo o acesso às ações e aos serviços da atenção integral à saúde”, disse Kelson Ferreira.
Tabu masculino
Falta de informação e uma cultura machista a respeito dos cuidados e exames necessários podem atrapalhar na prevenção do câncer de próstata.
“Ainda hoje observamos homens com a criação de nossos antepassados e engessados no pensamento de que “homem não adoece”, de que “homem não sente dor”, que “homem é forte” e de que “homem tem que cuidar da família”. Pensamento que exclui e aliena o homem do seu autocuidado e que necessita ser desmistificado com esclarecimentos e atitudes voltadas para a prevenção e ao diagnóstico precoce as doenças que acometem aos homens e ao público em geral”, explicou o coordenador.
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