Câncer colorretal: em quase 8 meses, Pará registra 111 casos da doença

Os principais fatores são idade, sedentarismo e consumo em excesso de carnes vermelhas e processadas e pobre em fibras, explica especialista

Dilson Pimentel
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Em quase oito meses deste ano, o Pará registrou 111 casos de câncer colorretal. No ano passado, foram contabilizados 413 casos de neoplasia do cólon, neoplasia maligna da junção retossigmóide e neoplasia maligna do reto, que são especificações do câncer colorretal. Este ano, e até o dia 15 de agosto, foram 111 casos, ainda segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).

No Brasil, mais de 45 mil novos casos de câncer de intestino, ou câncer colorretal, serão registrados, este ano, no Brasil. A estimativa foi divulgada, no início deste deste ano, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Considerado o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens (após próstata e pulmão) e o segundo entre as mulheres (após o câncer de mama), o câncer colorretal é um tumor que acomete o intestino grosso (subdividido em cólon e reto).

O câncer de cólon, também conhecido como colorretal ou câncer de intestino, é o foco da campanha Setembro Verde, que busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para combater o tumor.

A Sespa também informou que a unidade estadual de referência para câncer de cólon e reto é a Policlínica Metropolitana. Após o diagnóstico com biópsia ou alta suspeita, o paciente deve ser encaminhado para a rede de alta complexidade em Oncologia: Hospital Ophir Loyola, Hospital João de barros Barreto, ambos em Belém, Hospital Regional de Castanhal, Hospital Regional de Tucuruí e o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém.

Para ter acesso aos hospitais, os pacientes precisam dar entrada pela Atenção Primária de Saúde ou policlínicas e agendar via SER (sistema estadual de regulação) para consulta de primeira vez em oncologia abdominal.

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Conhecer os sintomas é fundamental para o paciente procurar um especialista no assunto

Dr. Luis Eduardo Werneck, médico oncologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, disse que existem diferentes fatores de risco para o diagnóstico de câncer de intestino. Os principais são a idade, sendo mais comum após os 50 anos, obesidade, sedentarismo, consumo em excesso de carnes vermelhas e processadas e pobre em fibras, tabagismo, alcoolismo e histórico familiar de câncer de intestino.

O especialista destacou que conhecer os sintomas é fundamental para o paciente procurar um especialista no assunto e realizar os exames necessários. E, se constatado o tumor, iniciar o tratamento. “Os sintomas são sangue nas fezes, dor na região anal, cólicas ou dores abdominais, anemia, fraqueza, perda de peso inexplicável e alterações do hábito intestinal, como diarreia, intensa vontade de vomitar e urgência para evacuar ou constipação”, explicou.

O diagnóstico do câncer de intestino é feito a partir de um exame clínico e físico, incluindo o exame proctológico, a retossigmoidoscopia, a colonoscopia e exames de sangue. “Assim que o paciente é diagnosticado, ele inicia o tratamento”, afirmou. Ainda segundo o Dr. Luis Eduardo Werneck, o câncer colorretal pode ser tratado de diversas formas para melhorar a qualidade e a sobrevida dos pacientes.

Entre as alternativas estão as cirurgias abertas, laparoscopias e assistidas por robô, colonoscopia e ressecções locais dos tumores, quimioterapia e radioterapia. Como se trata de uma doença silenciosa, cujos sintomas demoram bastante a se manifestar, Dr. Luis Eduardo alerta para a importância do check-up anual para o diagnóstico precoce e maior sucesso no tratamento.

 

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