Cães da Guarda Civil de Castanhal se tornam referência no trabalho da segurança pública do estado
A mais nova integrante do grupo passa por treinamento para trabalhar na COP 30 com detecção de explosivos
Em dois anos e meio de criação o Núcleo de Operações com Cães- NOC, da Guarda Civil Municipal (GCM), contabiliza um saldo positivo de mais de 40 milhões em droga apreendidas, além de doze armas e duas buscas por cadáveres. Os três cães farejadores dão apoio as forças de segurança estaduais e federais nas diversas operações (inclusive em andamento) de combate ao crime em vários municípios do Pará.
O NOC iniciou com um cão, o Scott, de três anos e logo depois chegaram a Malia, com dois anos e o Faruk, de dois anos, que está cedido há um para São Feliz do Xingu. Todos eles são da raça Pastor de Malinois, também conhecido como Pastor Belga. O mais novo da tropa de farejadores é o Radar, com um ano de idade, da raça Cocker Springer. E por ser um cão com uma aparência de cão mais “fofo”, chama menos atenção em alguns tipos de operações.
O coordenador do NOC, David Sales, explica que o Scott é um cão jurado de morte por traficantes de Castanhal.
“80% das apreensões feitas, nesse período em Castanhal, foram por ele. Por isso o Scott já recebeu ameaça de morte em um grupo de whatsapp de um bairro considerado de alta periculosidade e o prêmio para quem conseguir o feito pode ser de até 20 mil reais. Quando a gente começa a mexer com o tráfico de drogas nos tornamos muito mais vulneráveis e por isso só vamos mesmo em grades operações para resguardar a nossa vida e dos cães. Essa informação foi repassada de um grupo de moradores de uma comunidade do bairro do Imperial”, relatou David Sales.
O treinamento dos “agentes de segurança caninos” é intenso com um rotina especifica de domingo a domingo, mas que inclui muita brincadeira com bolinhas.
“Temos um protocolo de treino bastante rigoroso. Todos os dias eles treinam obediência, detecção, guarda e proteção, barulho de fogos, convívio com outros animais e multidão. Um exemplo foi uma operação onde invadimos o aniversário de um traficante em Tomé- Açú onde estava uma grande quantidade de drogas escondida, além de muita gente e som alto; e era necessário um cão que estivesse equilibrado. A operação foi um sucesso”, relatou o coordenador.
O trabalho realizado pelo NOC se tronou referência no estado. O grupamento que é formado por cinco agentes da GCM é convidado para ministrar cursos de adestramento a outros agentes de segurança do estado.
COP 30
As mais novas integrantes são Sonar de seis meses, da raça Cocker Speniel a Penélope, de três meses, da raça Cocker Springer. As fofuras passam por um protocolo diferente de treinamento.
Penélope, já está sendo treinada para detectar explosivos e irá trabalhar na COP 30, evento que irá reunir em novembro de 2025 lideranças de diversos países em Belém.
“A Penélope começou a ser treinada no terceiro dia de vida com a estimulação neonatal precoce. No 16º com a estimulação neonatal olfativa e no 23º a estimulação neonatal auditiva. Ela está sendo treinada para ter nervos fortes, saber cheirar, ouvir e ficar condicionada a ambientes estressantes com multidões”, explicou David Sales.
Já a Sonar irá trabalhar com crianças e adultos com deficiência no trabalho de Cinoterapia ou Terapia Facilitada por Cães (TFC) é uma atividade que utiliza o cão como facilitador no processo terapêutico.
Carga genética
Todos os cães do NOC possuem pedigree com carga genética de cães de força de segurança. Essa árvore genealógica específica é também um dos diferencias do sucesso do trabalho desenvolvido pelos cachorros.
“Os pais, avós dos nossos cães já trabalhavam como agentes de segurança. O pai da Sonar é um cão referência no trabalho da Polícia do Maranhão. Então a carga genética é algo a mais que ajuda muito no trabalho que eles desenvolvem com bastante excelência”, pontou David Sales, coordenador no NOC.
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