BID anuncia aplicativo de aprendizado da língua indígena
O aplicativo é gratuito e pode ser baixado na Playstore do Android
Durante o encontro "Aprendendo com a Amazônia: Estratégias inovadoras para transformar a educação na América Latina e Caribe", que começou, nesta segunda-feira (3), no Teatro Estação Gasômetro, em Belém, foi anunciado o lançamento de duas iniciativas significativas: uma publicação inovadora do BID, "Educação na Região Amazônica", e uma plataforma digital gratuita desenvolvida pelo BID e pela OEI para promover o aprendizado de línguas indígenas.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) se reuniu com autoridades educacionais de oito países para firmar um compromisso com estratégias que acelerem e intensifiquem os esforços e investimentos de melhora do acesso a uma educação de qualidade na região amazônica, onde um novo estudo mostra que os estudantes têm baixas taxas de conclusão e disparidades nas avaliações de matemática, ciências e leitura, entre outros.
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Durante o evento, os representantes dos países que compõem a Região Amazônica assinaram uma declaração conjunta firmando um compromisso com o desenvolvimento das pessoas da Amazônia. O compromisso dos países se estende à mobilização de recursos para financiar projetos de educação culturalmente adequados na região, bem como aumentar o acesso a infraestrutura de alta qualidade, resiliente e sustentável, incluindo digital, e melhorar a qualidade dos professores e a relevância dos conteúdos.
BID e OEI apresentam plataforma digital para proteger línguas indígenas na América Latina.
Durante o evento, também foi lançada uma nova plataforma digital do BID e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI): “Línguas: Uma plataforma para aprender línguas indígenas na América Latina e no Caribe”. O aplicativo pioneiro é destinado a abordar a crítica escassez de professores que falam línguas indígenas nas escolas de Educação Bilíngue Indígena (EBI) em toda a região. O aplicativo é gratuito e pode ser baixado na Playstore do Android.
Na primeira fase do projeto, é possível aprender Quechua Collao, a variedade predominante de Quéchua, que é ensinada como primeira ou segunda língua a mais de 380.000 estudantes em 7.000 escolas. A segunda etapa introduzirá os idiomas Quéchua Boliviano, Aymara, Guaraní, Moxeño e Uru.
A plataforma servirá como recurso para os educadores, fornecendo as ferramentas e o apoio de que precisam para tornar mais eficaz o ensino de línguas indígenas em sala de aula. O aplicativo Línguas também faz parte de um esforço concertado para revitalizar e preservar as línguas indígenas na América Latina e no Caribe, como parte da Década dos Idiomas Indígenas da ONU (2022-2032). O aplicativo está disponível a ualquer pessoa que tenha interesse em aprender uma língua indígena.
O encontro faz parte do Amazônia Sempre, programa holístico integrado do BID, que visa promover o desenvolvimento sustentável e melhorar as vidas na região amazônica.
Na Amazônia, vivem 8 milhões de crianças em idade escolar (de 6 a 17 anos), das quais 6% são indígenas e 60% afrodescendentes. O relatório destaca diferenças marcantes entre a perspectiva nacional e a situação geral na Amazônia; propõe soluções potenciais para fechar as lacunas; e serve como um chamado urgente à ação, enfatizando a necessidade de aumentar o investimento e melhorar os sistemas educacionais para garantir que nenhum estudante fique para trás.
“Ao criar as condições para o acesso adequado à educação na região amazônica, estamos construindo um legado que beneficia não apenas os seus habitantes, mas o mundo inteiro. As recomendações do estudo podem ajudar a dar escala a diversas iniciativas bem-sucedidas e em andamento nos países amazônicos, bem como apoiar novas abordagens baseadas em evidência e a colaboração entre eles", disse Tatiana Schor, Chefe da Unidade de Coordenação da Amazônia do BID.
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